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Abrasel afirma que, em função das dívidas de estabelecimentos do setor, queda de preços não deve ser repassada ao consumidor

Clientes não devem ser alcançados pela redução dos preços. Foto: Freepik

No dia 10 de julho, a chef e apresentadora Bela Gil publicou um vídeo em seu Instagram anunciando que o seu restaurante Camélia Òdòdó teria uma redução de 10% a 20% nos preços dos pratos do cardápio.

“Somos um restaurante vegetariano, basicamente vegano. Nossa base são os vegetais, que tiveram uma queda considerável nos preços. E conseguimos passar esse reajuste para vocês”, afirmou a empreendedora no post.

De fato, a queda no valor dos alimentos tem impactado a inflação brasileira. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,08% em junho, após alta de 0,23% em maio — registrando a primeira deflação em nove meses.

Segundo dados divulgados pelo IBGE, esta é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice estava em -0,23%. O grupo Alimentação representou sozinho 1,07% de queda, com destaque para o preço do óleo de soja, que caiu 9%. Frutas, leite longa vida e carnes ficaram entre 2% e 3% mais baratos.

O impacto da redução não deve ser sentido no segmento de bares e restaurantes. Segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, a repercussão positiva deve mesmo acontecer no bolso do consumidor que vai ao supermercado.

“Não necessariamente ocorrerá uma redução dos preços do cardápio”, explica. Para empreendedores que estejam cogitando baixar os valores para atrair a clientela, fica a dúvida: Será que é o momento?

A Abrasel concorda. Em nota, a organização diz que observa "acomodação nos preços dos alimentos" desde junho do ano passado e que, mais recentemente, houve queda. Mas a redução não deve impactar os clientes dos estabelecimentos.

Em uma pesquisa realizada com 2.615 empresários do setor entre os dias 24 e 31 de junho, a entidade descobriu que 42% das empresas estão com dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos.

Para a organização, os empreendedores devem focar neste momento em aumentar sua rentabilidade. “A redução no preço dos alimentos tende a melhorar essa conjuntura”, diz a entidade no comunicado.

Fernando Blower, diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) também se mostra cauteloso.

“No ano passado, enfrentamos um cenário de aumento expressivo da inflação nos alimentos, o que foi contido pelos restaurantes, que não repassaram integralmente a alta para o consumidor final. Esse processo acabou por achatar as margens de lucro de um segmento que ainda estava lidando com os custos da pandemia”, afirma.

Ele também não aconselha a redução do preço no cardápio dos estabelecimentos. “É o momento de encontrar o equilíbrio financeiro dos negócios e atenuar os danos causados pelos tempos difíceis enfrentados pelos restaurantes”, diz.

Caso o empreendedor queira surfar na onda da redução de alguma maneira, Dietze sugere táticas menos agressivas, como oferecer promoções limitadas. “Também é possível investir em pratos com as ingredientes mais baratas ou sobremesas com frutas”, afirma o especialista. “É uma estratégia de marketing válida mostrar que está acompanhando a queda de preço e levando a redução para o consumidor.”

*Com informações de Pequenas Empresas e Grandes Negócios

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