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Faço uma declaração temerária: eu sei exatamente o que o consumidor estará exigindo das redes de alimentação em 2030: pratos saborosos a preços competitivos e uma boa experiência de consumo. O mesmo que demanda atualmente.

Tendências para as praças de alimentação em um futuro cada vez mais próximo já estão tomando forma e se incorporando ao dia a dia de bares e restaurantes. Foto: Canva

E, claro, muito mais preocupação com as questões ambientais na cadeia de valor.

Os elementos mais visíveis dessa equação que busca eficiência e qualidade estão na logística, na gestão e na comunicação com clientes e mercado.

As grandes redes de alimentação fora do lar já se utilizam, diretamente ou através de parceiros, das possibilidades geradas pela IA no controle financeiro, no RH, no desenho de produtos demandados e na personalização do atendimento e ações de marketing (que agora não são mais microlocalizados, e sim personalizados).

Com a utilização dos novos algoritmos de learning machine, outros avanços já estão acontecendo hoje, e não em 2030. Por exemplo, a personalização inteligente da comunicação com nossa base de clientes, reduzindo a multiplicidade de mensagens, ofertas e produtos bem focados, com maior eficiência nos investimentos.

Com a melhoria dos serviços de SAC, mais agilidade e respostas não robotizadas, eliminaremos outra fonte de ruídos na jornada dos consumidores.

Mais fidelização é quase uma consequência automática, mas será potencializada com a adoção de contratos inteligentes com parceiros e fornecedores para pontuação, recompensas e outras ações..

Todavia, acredito que a maior revolução para o setor de alimentação, na esteira da mudança de valores e comportamentos da sociedade/consumidores, virá da agroindústria.

Os avanços das ferramentas de IA irão favorecer um melhor aproveitamento de recursos naturais no campo, novos métodos e insumos na indústria de alimentos, novas tecnologias para produção de proteínas a preços gradualmente mais reduzidos, a adoção de contratos inteligentes na área de logística e muitas outras possibilidades.

Também a questão ambiental entrará nesta linha evolutiva. Afinal, segundo a WWF, a produção mundial de alimentos e o sistema alimentar como um todo (produção, consumo e desperdício) atualmente utilizam 34% do solo e 69% da água disponíveis no planeta e respondem por 25% das emissões de gases de efeito estufa. Pior ainda, 34% da produção é desperdiçada. Isto tem que mudar.

Atualmente são conhecidas diversas tecnologias desenvolvidas para atender à demanda por alimentos em novas bases de produção e que refletem os avanços da ciência e tecnologia – e também da ética, por que não?

Algumas delas estão maduras e testadas. Outras demandam experiências de produção em larga escala, e todas potencialmente poderão ser adotadas nos próximos anos.

No campo, vamos assistir à automação das fazendas, incluindo o uso de robôs, drones e tratores autônomos para tornar a agricultura mais eficiente. Além disso, as melhorias nos equipamentos para reduzir perdas na colheita, o transporte e a adoção da agropecuária de precisão, gerida por IA, envolvendo a aplicação de irrigação, fertilizantes e pesticidas em taxas variáveis.

Tudo isso, dependendo das necessidades das culturas, em vez de aplicá-los uniformemente em horários, quantidades e frequências definidas.

Adicionalmente, a produção de alimentos e nutrientes de base sintetizada, a utilização de irradiação para esterilização e maior durabilidade de produtos e embalagens a vácuo e assépticas são alguns exemplos que já podem ser observados no mercado, mas que ainda têm adoção restrita por falta de conhecimento, inclusive.

Na tecnologia em alimentação que colabora com isso, destacam-se a nanoencapsulação e microencapsulação. A nanoencapsulação envolve a incorporação de substâncias bioativas dos alimentos, como antioxidantes, vitaminas e compostos funcionais, em partículas extremamente pequenas (nanopartículas).

Essas nanopartículas são então incorporadas em uma matriz alimentar, como um revestimento ou um aditivo.

A microencapsulação é semelhante à nanoencapsulação, mas envolve partículas maiores (micropartículas). A técnica é usada para proteger ingredientes sensíveis, como óleos e aromas, dos fatores que afetam a qualidade dos alimentos, como luz, oxigênio e umidade. Isso resulta em alimentos mais frescos e saudáveis por mais tempo.

Fato é que, tanto em 2030 como hoje, quem vai testar as nossas novas receitas para garantir um sabor inconfundível serão humanos nada artificiais, que amam o que fazem, ainda que eventualmente algum HAL 2001 tenha sugerido a receita.

Fonte: Mercado e Consumo

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