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Muitos empreendedores associam o sucesso do negócio ao faturamento, refletindo em metas de vendas ambiciosas; contudo, é crucial compreender que é o lucro real que determina a saúde financeira da empresa.

Faturamento é o total das vendas sem considerar custos, enquanto lucro é o valor obtido após deduzir custos, despesas e impostos; alta receita não garante lucro se os custos forem altos. (Foto: Canva)

Para muitos empreendedores o sucesso de um negócio é diretamente proporcional ao faturamento. Por esse motivo as metas de vendas serão cada vez mais arrojadas como forma de alcançar os objetivos traçados.

No entanto, é primordial entender que faturamento não é sinônimo de lucro. O que verdadeiramente determina a saúde financeira de uma empresa é o lucro real, o que significa a receita que permanece após subtrair todas as despesas.

Segundo a pesquisa da Abrasel realizada em março, quase um terço das empesas registraram prejuízo no mês, um crescimento de dois pontos percentuais em relação a fevereiro, 38% das empresas operaram em estabilidade e 31% fizeram lucro.

Os principais fatores que levaram a queda de desempenho foram a queda nas vendas do mês (76%), redução no número de clientes (66%), e custo de alimentos e bebidas (42%).

Diante desse contexto é importante entender a diferença entre faturamento e lucro.

O faturamento representa o total de vendas de produtos ou serviços de uma empresa, sem levar em consideração os custos e despesas envolvidos na operação, portanto não revela a rentabilidade da operação, em contrapartida reflete o volume de negócios da empresa.

Por outro lado, o lucro é obtido após deduzir todos os custos, despesas operacionais e impostos do faturamento, portanto é o valor que pode ser destinado a distribuição de lucros para os sócios e para o crescimento e sustentabilidade do negócio.

Pode acontecer de uma empresa registrar um alto faturamento, mas se os custos operacionais e outras despesas forem igualmente altos, os lucros podem ser insignificantes ou até mesmo negativos.

O Sebrae afirma que cerca de 50% das empresas novas quebram nos dois primeiros anos de vida, e que a grande maioria não sabe gerir com precisão as próprias finanças. Declara ainda que 27% das pequenas empresas quebram no primeiro ano de vida, apesar de serem responsáveis por empregar 60% dos trabalhadores brasileiros.

Portanto, o sucesso empresarial reside na eficiência operacional e no controle eficaz de custos. Empresas que conseguem otimizar seus processos, reduzir desperdícios e minimizar despesas desnecessárias têm maior probabilidade de obter lucros saudáveis, mesmo com um faturamento moderado.

Isso ressalta a importância de uma gestão cuidadosa dos recursos e uma abordagem estratégica para o crescimento e desenvolvimento do negócio.

É comum alguns empresários afirmarem de que não sabe onde está o dinheiro do lucro que está sendo apurado em sua empresa, supondo que o valor do lucro tivesse desaparecido, não vendo ele a cor do dinheiro.

Na maioria das vezes isso ocorre porque o lucro está dentro da empresa, escondido no estoque com “dinheiro” parado em mercadoria, no contas a receber, inadimplência, no cartão de crédito e em outros locais.

Desta forma, mesmo que o empresário não consiga retirar, o lucro da empresa está presente. Outro fator comum é o empresário não cumprir com o princípio da impessoalidade, misturando contas pessoais com as do negócio, mascarando o lucro.

Mais lucrativo do que aumentar volume de vendas, é gerar valor para os clientes, através das embalagens, programa de fidelidade, cash back, produtos personalizados, acessos exclusivos, sustentabilidade, portanto oferecendo uma experiência única, atendendo às necessidades e desejos, e assim passar a ter uma vantagem competitiva significativa.

Esse diferencial permite que se vinculem ao cliente pelo valor, que é o benefício total de algo, enquanto preço é apenas um componente do valor. Sendo assim, ter o preço mais baixo só garante uma coisa: a falta de valor.

O caminho para o verdadeiro sucesso empresarial vai além de simplesmente aumentar o faturamento. O ponto de partida é compreender a distinção entre faturamento e lucro, bem como um compromisso com a eficiência operacional, controle de custos, qualidade, inovação e diferenciação no mercado.

Empresas que conseguem equilibrar esses elementos têm maior probabilidade de alcançar não apenas o sucesso a curto prazo, mas também a sustentabilidade e lucratividade a longo prazo.

Portanto, ao buscar o sucesso empresarial, é fundamental lembrar que faturar mais nem sempre significa lucrar mais e é o lucro que verdadeiramente impulsiona o crescimento e a prosperidade de um negócio.

Para concluir te pergunto: Qual faturamento dos últimos seis meses do seu negócio? E a margem de lucro?

Se busca manter seu sonho de empreendedor vivo tome definitivamente a decisão de gerir indicadores de lucratividade, caso contrário corre grandes riscos de entrar para a estatística. Seja você o agente de transformação de seu negócio.

*Kamila Santos é especialista em financeiro e controladoria e consultora em gestão de negócio há mais de 15 anos.

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