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No segmento de franquias, é fundamental estabelecer parcerias sólidas entre franqueadores e franqueados para garantir o sucesso das unidades. Com a crise econômica, inflação e aumento dos custos de ocupação, muitas franquias têm fechado, e é preciso trabalhar juntos para superar esses desafios.

O McDonald’s é, atualmente, a maior franquia de alimentação e rede de fast-food do mundo. Ele possui mais de 2500 unidades apenas no Brasil. Foto: Divulgação

Neste momento em que o comércio, de uma maneira geral, vive um difícil processo de recuperação de forças para retornar ao volume de vendas e faturamento que precedia a pandemia da Covid-19. Muitos lojistas ficaram pelo caminho, com as dificuldades impostas pelo poder público. Um estado de guerra que se formou, deixando a população apavorada e os comerciantes sem um norte a seguir.

Excetuando-se alguns poucos segmentos de mercado, que supriram certas necessidades para esse momento, os comerciantes como um todo passaram a travar lutas judiciais com shopping centers, administradores de lojas, fornecedores, entre outros que fazem girar a roda da economia.

Assim sendo, não poderia acontecer diferente no segmento do franchising, onde a franqueadora confia suas vendas geralmente em forma quase sempre exclusiva à sua rede de franqueados e suas lojas próprias, formando assim um grupo onde, de modo geral, reina a parceria entre seus relacionamentos comerciais.

Em um primeiro momento, franqueadoras e franqueados deram as mãos, e conseguiram algumas vantagens em negociações com locadores e fornecedores em geral. Afinal, grandes redes tendem a ter muito maior proteção comercial do que lojistas que atuam com unidade própria única ou com uma pequena rede, e isso é uma das grandes vantagens do Sistema Franchising sobre o comerciante que atua sozinho.

A pandemia causou muitos problemas para as empresas franqueadoras e franqueadas. Muitas lojas tiveram que fechar e outras tiveram dificuldades financeiras. As franqueadoras precisam ajudar seus franqueados, renegociando contratos e oferecendo suporte financeiro. Já os franqueados precisam ser criativos para atrair clientes e reduzir custos. Com diálogo e colaboração, é possível encontrar soluções para superar esses problemas.

No segmento de franquias, é fundamental estabelecer parcerias sólidas entre franqueadores e franqueados para garantir o sucesso das unidades. Com a crise econômica, inflação e aumento dos custos de ocupação, muitas franquias têm fechado, e é preciso trabalhar juntos para superar esses desafios.

Comunicação aberta, compartilhamento de informações e colaboração são elementos essenciais para construir parcerias eficazes. As franquias também precisam estar preparadas para se adaptar às mudanças do mercado e lidar com os desafios em constante evolução.

No momento, a melhor leitura para as redes de franquias abaladas pelos atropelos desse período conturbado, é de que devem trabalhar dobrado em busca de preços mais acessíveis, novos fornecedores, inovação e muita criatividade. Assim, é possível que salvem-se todos, franqueadoras e franqueados, através de muita conversa e entendimento, sempre tomando como lema o parceria, que mais do que nunca, deverá ser exercitada.

Assim, com muito diálogo e vontade de retomada do crescimento de forma consistente e sustentável, muitas redes estão conseguindo se reerguer e ressurgindo no mercado, com novas franquias de suas marcas, alcançando assim o crescimento em vendas e mostrando a força esperada de uma verdadeira Rede do Sistema Franchising.

De fato, a colaboração é um elemento importante em um contrato de franquia, que pode beneficiar tanto a franqueadora quanto o franqueado. Quando há um aumento nas vendas e suporte à demanda, ambas as partes podem obter lucro, gerando um ciclo virtuoso na operação.

Esse ciclo não só aumenta a lucratividade da operação atual, mas também pode levar à expansão da operação pela criação de novos produtos e opções ao consumidor, bem como pelo reforço da economia de escala com a abertura de novas unidades franqueadas. A colaboração também pode trazer benefícios como compartilhamento de conhecimentos, otimização de processos e redução de custos, fortalecendo ainda mais a parceria entre as partes.

Mas se a prosperidade é compartilhada, as adversidades também são, principalmente em momentos de crise geral, como ocorreu nos tempos de maior dificuldade na pandemia do COVID-19. Afinal, há pouco mais de dois anos fora determinado por autoridades sanitárias o fechamento do comércio para contenção do vírus, o que não apenas reduziu o consumo presencial em lojas físicas, mas exigiu também adaptações diversas.

Nesses casos extremos o contrato de franquia deve ser visto não somente como uma colaboração bilateral, mas como uma rede de colaborações. Basta imaginar o impacto para a franqueadora ao ver boa parte de seus franqueados encerrando suas atividades por não faturarem – isso impactará indiretamente a atividade do franqueado que se manteve de pé, pois a redução geral do pagamento de royalties pode afetar a qualidade do produto final.

As franqueadoras precisam se preocupar com os franqueados que estão cumprindo com suas obrigações financeiras, mas podem estar enfrentando dificuldades para honrar outros compromissos, como o aluguel e empréstimos tomados na época de crise. A Abrasel Nacional tem se esforçado para ajudar os comerciantes e franqueados do setor de alimentação fora do lar, buscando soluções junto aos governantes.

Portanto, nesse contexto de dificuldade não apenas a palavra colaboração deve ser levada muito a sério, mas também a atitude colaborativa, em que cada uma das partes possa calçar os sapatos uma da outra. Isso significa poder expressar e ouvir livremente o que um tem a dizer ao outro. Não apenas suas posições, mas também seus interesses para manutenção de suas atividades.

Por outro lado, o enfrentamento e o jogo de posições podem sair caro, pois envolve a opção pelo Judiciário, que, para o mundo comercial, é moroso e pode não haver tempo para isso em várias situações, afinal, terceiriza-se a solução, e ela possivelmente não virá a contento para qualquer das partes.

Enfim, o que deve ser priorizado para a devida recuperação do setor de franquias é o diálogo aberto. A escuta ativa, nesse caso, ajudará na compreensão mútua das dificuldades e possibilitará a geração criativa de alternativas para a solução dos problemas pontuais. Reinventar as relações nunca foi tão essencial.

*Guilherme Lima é advogado, mestre em Direito e palestrante

Contato: guilhermelima2011@terra.com.br

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