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Palestras ainda podem ser assistidas no site oficial do evento

35º Congresso Nacional da Abrasel aconteceu nos dias 16 e 17, em Brasília. Foto: Edgar Marra

Essa edição do Congresso Nacional da Abrasel foi excepcional! Madura e repleta de temas absolutamente necessários para o hoje, além de uma forte conexão com o futuro do setor. Tive a honra acompanhar a abertura, participar de um painel ao vivo dentro da programação, além de assistir a fala dos demais convidados.

Como consultora, sempre desafio a mim e ao nosso time, ao participarmos de momentos marcantes como esses, a “arredondarmos” nossos aprendizados para que possamos nos fortalecer e seguir contribuindo com o mercado. Assim, gostaria de dividir um pouco desses aprendizados e te ajudar em sua reflexão, ação e impacto pessoas, mas, principalmente para o seu negócio.

A partir da qualificação do modelo de gestão no foodservice (negócios de alimentação fora do lar – restaurantes, bares, padarias, etc) é possível ampliar o impacto social junto aos colaboradores, a comunidade e ao país.

Do que estou falando exatamente? De fome, gestão de resíduos, matéria prima com origem segura, respeito a minorias em nossos negócios (na contratação, na relação com os clientes), segurança de alimentos, ingredientes regionais e nova oferta em nosso cardápio, subvertendo a lógica da alimentação atual.

Mas, o que tem a gestão com tudo isso? A partir do momento que o negócio (seja ele individual, rede ou grupo) define os pilares da sua gestão e nela inclui esses temas como prioridade e constitui um sistema de acompanhamento desses indicadores tudo de fato acontece.

Um tema importante, é produto, cardápio, menu, chamemos como quisermos. A partir da integração com o evento Mesa, chefs e restaurateurs foram ao palco para discutirmos o balanço entre tecnologia e produto. Para mim, fica sedimentado que o mercado de foodservice deve assumir sua responsabilidade em alimentar as pessoas com competência. O que isso significa?

Inovação, qualidade, sabor e impacto social. O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, precisamos tomar partido disso e entregarmos aos nossos clientes o melhor e, a indústria de alimentos precisa assumir sua responsabilidade e compor.

Preço ou Valor? Em um país que se recupera de uma pandemia histórica, um cenário de inflação sem repasses pelos negócios de alimentação, e um consumidor pressionado pelas taxas de desemprego, será que há dúvidas na resposta?

A importante pesquisa desenvolvida pela Abrasel em parceria com o Sebrae, que realizou mais de 6 mil entrevistas presenciais com consumidores, demonstrou que preço não está nos Top 3 elementos que influenciam a escolha de um cliente para consumir algo preparado fora de casa e que se ele for presencialmente o seu principal motivo é ir para celebrar!

A pesquisa é riquíssima, e tem muito mais, mas, a palavra celebração deveria permear cada experiência do cliente em nosso negócio, portanto, cresce a responsabilidade em tornar esses momentos ótimos, sem atrito e de alta percepção de qualidade. Mas isso é só no presencial? NÃO!

O momento presencial é emblemático para a conexão cliente-marca, mas, o cliente é omnicanal, ou seja, ele quer ter uma ótima experiência em todos os pontos de contato com a sua empresa. Seja pelo whatsapp, mídia social e, claro, pessoalmente.

Ainda falando do tema do consumo presencial é fundamental ressaltar que precisamos criar sistemas de captação e de capacitação para nossas equipes. Além, de pensarmos formas de cobrar adequadamente do cliente quando o atendimento é humano, pois, isso já está ocorrendo internacionalmente.

Uma outra provocação importante é que a composição do DRE – Demonstrativo de Resultado precisa ter suas linhas sistematicamente analisadas e aprofundadas. Existem momentos em que o problema é precificação, outros momentos ligados ao modelo de abastecimento, que, portanto, impacta nos custos, o sistema de produção, que por exemplo, pode ser artesanal e vai ao longo do tempo perdendo competitividade e precisa receber investimentos e, por muitas vezes, é a má gestão da captação de clientes.

Seu negócio de foodservice tem um CIO - Chief Information Officer? Esse nome todo bacana é para perguntar se tem alguém cuidando da área de tecnologia do seu negócio. Não, não é sobre o wifi, é alguém que te ajuda a estruturar um modelo de relacionamento digital com os clientes, que permita conhecer, interagir e, principalmente, atrair esse cliente para aumentar seu consumo na sua empresa.

Desafio grande se você decidir ignorar. Desafio fácil se você estabelecer metas, canais e começar! Foram apresentados ótimos cases durante o evento, inclusive soluções já integradas com a Inteligência Artificial, que sem dúvida, terá forte impacto no segmento.

Um ponto que nós defendemos é que houve uma evolução muito grande sobre o papel de um negócio de alimentação. Ele é um hub para resolver a fome do seu cliente. E você deve entender que, independente do porte, você tem esse mesmo hub como oportunidades de negócios. O cliente pode: comer no local, pegar e levar, pedir por delivery, contratar um evento e, tudo isso, de uma forma altamente eficiente.

Fazendo um recorte sobre o delivery é fundamental destacar o Open Delivery, uma iniciativa liderada pela Abrasel, muito apoiada pela AFRAC e players do mercado de softwares, além de algumas plataformas para tornar mais fluída a gestão do delivery para os negócios de alimentação fora do lar.

O Open Delivery padroniza os dados a fim de organizar a comunicação e troca de informações entre players, como softwares de gestão (PDV) e aplicativos de delivery. Como resultado, facilita os diversos processos operacionais do negócios de alimentação que atuam com diferentes plataformas de delivery tornando a empresa mais eficiente nesse canal que dobrou detamanho na pandemia e não perdeu sua importância na retomada do comercado.

Não é possível encerrar esse artigo sem reforçar o importante trabalho feito pela Abrasel para que o segmento esteja na agenda de prioridades do Governo, para que seja devidamente respeitado e receba os benefícios necessários para a sua continuidade de forma mais saudável. Resiliência é uma qualidade do setor, mas, resiliência em excesso não nos levará muito mais longe, pois, queremos EVOLUIR para sermos cada vez MELHORES!

Obrigada e contem conosco em suas jornadas!



*Cristina Souza é CEO da GOUVÊA Foodservice.

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