abrasel
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa

  • Home
  • Conexão Abrasel
  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa
  • Fale Conosco
  • Revista B&R

Se corte de salário não for mantido, bares e restaurantes quebram em junho, diz Abrasel

  • PUBLICADO EM: 25/05/2020
  • Tempo estimado de leitura: minuto(s).

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci (Imagem: Danilo Viegas)


O setor de bares e restaurantes pode enfrentar uma nova onda de quebradeira em junho se o governo não renovar ou prorrogar duas medidas: a que permite a redução de jornada e salários de empregados, e a que prorroga vencimento de dívidas por dois meses, afirma o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

Segundo ele, essas duas medidas -que começaram a valer em março- passam a expirar partir da semana que vem e precisam ser renovadas. "Se não forem tomadas medidas de renovação já, vamos ter uma segunda onda de colapso. Temos uma bomba-relógio na próxima semana", afirma.

Programa de crédito estava errado

Segundo ele, o impacto da crise foi agravado no Brasil por causa dos ajustes que precisaram ser feitos nos programas de crédito. "Erraram completamente o diagnóstico da crise", disse. Com os ajustes feitos no programa de crédito, só na terceira semana deste mês, é que o crédito deve começar a ficar acessível para os empresários, afirma o presidente da Abrasel. Segundo ele, mesmo com essas medidas, a recuperação do setor vai depender de verdade é da volta do consumidor. E ainda assim, a conta a ser paga pelo empresário vai ficar pesando pelos próximos três anos, pelo menos.

O Brasil está quase no quarto mês de isolamento social, com diferentes graus de rigor nas cidades. Qual o dano já provocado no setor de bares e restaurantes?

Paulo Solmucci: O setor já estava sofrendo antes do fechamento do comércio. Dez dias antes do primeiro fechamento em Santa Catarina já havia indicadores de queda de vendas. A gente já sabe que 20% das empresas não reabrem mais suas portas. Muitas já vinham em situação fragilizada desde a recessão. Essas empresas não se recuperam mais. Temos um terço dos empregos formais já atingidos, e isso pode piorar. Os números mostram que há problemas para renovar aluguéis, pagar fornecedores e manter empregos.

Quais são os empresários que mais estão sofrendo?

Dentro das empresas formais, essas já perderam mais de 1 milhão de postos de trabalho, cerca de um terço dos postos formais. E só não foi mais por causa da medida provisória 936, que permitiu redução de salários e horas de trabalho. O problema é que o cenário que se trabalhava antes era de um fechamento de no máximo dois meses. E já estamos indo para um cenário pior que o pessimista. Se não houver renovação desse prazo para as medidas, teremos um colapso ainda maior do setor. O salário de junho já não está coberto.

E, para piorar, vai ter o fim da carência dos dois meses para pagamento de empréstimos nos bancos. Se não forem tomadas medidas de renovação já, vamos ter uma segunda onda de colapso. Temos uma bomba-relógio no fim deste mês [próxima semana].

O governo federal anunciou em março uma série de medidas para ajudar os micro, pequenos e médios empreendedores a atravessarem a crise. No papel, os planos são bons?.

Sobre as medidas do governo federal, no dia 1º de abril a gente já tinha as medidas anunciadas e elas são boas. Mas elas precisaram passar por ajustes. A questão do crédito, por exemplo, tem um grande problema. Até porque o empresário precisa manter o emprego de funcionários para receber crédito. E o que a gente viu foi um show de pirotecnia do governo e dos bancos. A primeira medida, aquela dos R$ 40 bilhões para folha de pagamento, antes de ser publicada já houve a coletiva do BNDES e do Banco Central. E os bancos entraram com propaganda na televisão dizendo que iriam dar dinheiro para todo mundo. Isso criou grandes problemas. Todo mundo foi para os bancos, mas não havia nem a medida provisória, muito menos crédito.

O fato de muitas medidas demorarem a sair do papel acabou sendo fatal para muitos negócios?

Sim. Nenhum país ficou quatro meses em fechamento. Tivemos muito ruído nas articulações políticas. Sem falar que, no começo, erraram o diagnóstico de como enfrentar a crise.

Como assim? Isso tem a ver com a dificuldade do empresário para conseguir ter o crédito aprovado?

Como erraram no diagnóstico de como enfrentar a crise, muitas medidas saíram com problemas, com muitas regras para o crédito. Por exemplo, achando que o problema iria atingir apenas quem recebe dois salários. Do lado dos bancos, a gente sabe que banco não empresta, ainda mais para bares e restaurantes, onde o faturamento pode demorar mais para acontecer. Por isso, a gente até defendeu a participação das fintechs e das maquininhas.

Outro erro foi a fórmula para a garantia do empréstimo, de ser 85% dada pelo Tesouro e 15% pelo banco. Mas a medida não dizia como aquele que concede o empréstimo iria cobrir a garantia se o devedor não pagasse. Só depois, na publicação da última medida, ficou definido que o banco só entra com a garantia depois que a perda atinge os 85%.

Outro erro foi a ideia de que os juros seriam com spread zero, ou seja, sem nada além da Selic. Mas esqueceram que quem repassa o crédito tem os custos operacionais. E ninguém assume risco com custo zero. Agora esses erros foram corrigidos. O governo no novo texto definiu que a primeira garantia será dada pelo Tesouro. E a nova linha vem com o spread de 1,25%, ou seja, é pouco, mas tem um pequeno spread para a instituição financeira que empresta cobrir os custos operacionais ao menos. E tem ainda o fato de empresas, como as das maquininhas, poderem participar como agentes de distribuição de recursos, o que também vai gerar mais concorrência para a oferta de crédito.

O que é mais urgente hoje?

O mais importante hoje é que a medida 936 seja renovada, para suspender parte de jornada e salário por mais um mês, no mínimo ,para que a gente não precise demitir mais. Esse é o ponto número um.Outra medida seria a prefeitura bancar o vale-transporte ou comprar das empresas de transporte assentos para o empregado poder ir ao trabalho. E no caso dos estados, os governadores precisam entrar na questão das contas de água e luz. Vamos precisar que todo esse período em que as contas não foram pagas seja parcelado ou jogado para a frente.

Com relação, ao crédito, estou mais para otimista. Com os ajustes feitos no crédito, acredito que a partir da semana que vem, os números podem melhorar. Olhando para o pós-crise, quais medidas precisam ser tomadas para que os empresários consigam voltar à ativa?..

Nada disso vai resolver se o consumidor não voltar. E para o consumidor voltar precisamos informação de qualidade chegando na ponta. Por exemplo, deixar claro que não há risco de contaminação pelo alimento. Temos que tirar esse pânico da frente. A partir do momento que a gente tira do consumidor o pânico desnecessário, a gente vai tratar do necessário: não sair de casa se estiver com sintoma, quando sair sempre usar máscara e manter o afastamento de um metro de quem a pessoa se não conhece.

Qual será o maior desafio do pequeno empreendedor quando isso tudo passar?

Ter um retorno do consumidor que não seja um processo sofrido é o primeiro desafio. Depois é ter uma gestão muito bem feita. O fluxo de recursos terá que ser olhado para três anos para a frente. Os empréstimos tomados agora e as contas não pagas, tudo isso terá que ser quitado. O empresário terá que ser cauteloso. Acredito que em novembro, teremos uma situação melhor. A queda das vendas no setor chegou a 90%. Com a recuperação ao longo do segundo semestre, essa queda acumulada em 2020 pode diminuir para 10%. Mas um conjunto de empresas não vai sobreviver. Ou seja, quem sobreviver terá condições de ter mais clientes porque a oferta será menor. Então, a partir de dezembro talvez a gente já tenha uma demanda normalizada para os que sobreviverem. Mas a partir daí, o empresário terá que começar a pagar todas as contas.

Fonte: UOL Economia

Notícias Relacionadas

Férias de julho devem aquecer movimento nos restaurantes em destinos turísticos

Setor se destaca como porta de entrada para trabalhadores imigrantes no Brasil

Reputação digital de bares e restaurantes melhora em 2025

Chegada do inverno traz novas oportunidades para bares e restaurantes

Comentários

Últimas Notícias

Férias de julho devem aquecer movimento nos restaurantes em destinos turísticos

Setor se destaca como porta de entrada para trabalhadores imigrantes no Brasil

Reputação digital de bares e restaurantes melhora em 2025

Chegada do inverno traz novas oportunidades para bares e restaurantes

Inflação da energia elétrica cresce em maio; Abrasel defende retorno do horário de verão

Geração Z provoca mudanças em bares e restaurantes com novos hábitos de consumo

ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes é uma organização de cunho associativo empresarial que tem como missão representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar (AFL), facilitando o empreender e melhorando a qualidade de vida no País.

MENU

  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa

Endereço

Avenida Brasil 888 - Santa Efigênia
Belo Horizonte/MG
CEP: 30140-001
CNPJ: 29.363.868/0001-38


Contato

Associe-se
Copyright © - Abrasel - Todos os direitos reservados