Indicador mostra que recuperação do setor está em curso. No entanto, estabelecimentos ainda encontram dificuldade em repassar aumentos
A inflação medida pelo IPCA fechou em 0,67% em junho, abaixo das previsões de mercado. No setor de alimentação fora do lar, o índice foi maior: 1,26% (contra 0,8% dos alimentos e bebidas, os principais insumos do setor). Apesar da alta mais significativa no mês, no entanto, o índice do setor AFL dos últimos 12 meses acumula 6,88%, ainda bem abaixo do índice geral, de 11,89%. A alimentação dentro do domicílio acumulou 16,71%, e os alimentos e bebidas registram alta de 13,93%.
“A alta um pouco mais forte em nosso setor em junho é natural. Os bares e restaurantes têm registrado volta do movimento, então alguns já conseguiram repassar pelo menos parte dos aumentos nos insumos para os cardápios. Mas ainda temos muitas dificuldades. Em nossa pesquisa mais recente, caiu um pouco em maio o índice daqueles que não conseguem repassar de modo integral a inflação dos alimentos, de 78% para 74%. Mesmo assim, é um número muito alto. Basta ver que no ano a elevação dos insumos ainda é mais que duas vezes maior”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Ele também chama a atenção para o quadro geral do setor: “Embora 35% dos bares e restaurantes já estejam trabalhando com lucro, ainda temos 29% registrando prejuízo. Destes, 75% citam o aumento nos alimentos e bebidas como um fator importante para o resultado negativo no mês. Mas também temos as dívidas com impostos e os pagamentos de empréstimos bancários pressionando o resultado. Para muitos, é uma equação difícil de resolver”, completa o presidente-executivo da entidade.
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