1. O que está acontecendo no Brasil?
Foram registrados casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas no estado de São Paulo. Até o momento, uma morte teve a contaminação por metanol confirmada oficialmente, enquanto outras seguem em investigação pelas autoridades.
A falsificação e a adulteração de bebidas são problemas antigos no Brasil, que voltam a ganhar destaque neste episódio e reforçam a necessidade de fiscalização constante e vigilância redobrada em toda a cadeia de produção e comercialização.
2. O que é o metanol e por que é perigoso?
O metanol é uma substância usada na indústria e comercializada no Brasil (em solventes, combustíveis, produtos químicos), altamente tóxica para consumo humano. Pequenas quantidades ingeridas podem causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
3. Há risco para os bares e restaurantes?
Até o momento, não há confirmação de que os casos de intoxicação por metanol tenham origem direta em bares e restaurantes formais. Em São Paulo, alguns estabelecimentos foram interditados preventivamente e suas bebidas recolhidas para análise, mas ainda não houve comprovação de que os produtos comercializados nesses locais estivessem adulterados.
O que se sabe é que o setor formal também é vítima desse crime: falsificadores utilizam garrafas originais reaproveitadas para enganar tanto consumidores quanto empresários.
4. Quais são os sintomas da intoxicação por metanol?
Os sintomas aparecem entre 12h e 24h após o consumo e incluem:
• Dor de cabeça intensa
• Náusea e vômitos
• Dor abdominal
• Confusão mental
• Visão turva ou perda de visão
Atenção: qualquer suspeita exige procurar atendimento médico imediato, pois o tratamento rápido pode salvar vidas.
5. Como os bares e restaurantes podem se proteger?
• Compre somente de distribuidores oficiais e confiáveis: a procedência é o primeiro filtro de segurança.
• Exija sempre a nota fiscal: ela não elimina totalmente o risco, mas é um indicativo de formalidade e permite rastrear a origem do produto.
• Desconfie de preços muito abaixo da média de mercado: valores muito baixos são um forte indício de adulteração.
• Verifique atentamente lacres, rótulos e tampas: falsificações costumam apresentar falhas de impressão, acabamento irregular ou lacres tortos.
• Inutilize as garrafas após o consumo: quebre ou descaracterize as embalagens, impedindo que sejam reaproveitadas por falsificadores.
• Adote protocolos de descarte responsável: utilize iniciativas seguras de reciclagem ou programas especializados, como os Eco Pontos, para garantir o destino correto das embalagens
6. Quais medidas a Abrasel está tomando?
A Abrasel lançou uma série de treinamentos online gratuitos em parceria com a ABBD e a Abrabe e produziu uma cartilha prática para ajudar na identificação de bebidas falsificadas. Ao mesmo tempo, cobra das autoridades uma fiscalização mais efetiva em fábricas, distribuidoras e fronteiras, pontos críticos para a entrada e circulação de produtos adulterados.
A Abrasel também mantém os empresários informados com protocolos de prevenção e segurança.
7. O problema é somente com bebidas destiladas?
A falsificação costuma atingir bebidas de maior valor agregado (uísque, gim, vodka). Casos de vinho e cerveja adulterados são mais raros e, quando ocorrem, normalmente envolvem troca de rótulos ou substituição de produto, e não o uso de metanol.
8. Os bares precisam suspender a venda de destilados?
Até o momento, não há orientação das autoridades de saúde para que bares e restaurantes suspendam a venda de destilados. O que se recomenda é redobrar a atenção na compra e no controle das bebidas, adotando protocolos de segurança e verificando a procedência de cada produto.
A interrupção generalizada das vendas não é necessária neste momento e poderia penalizar estabelecimentos sérios, que também são vítimas da falsificação. O foco deve estar em garantir a segurança do consumidor e apoiar as investigações para retirar do mercado apenas os produtos de origem suspeita.
9. Os bares e restaurantes podem ser responsabilizados?
Sim. Estabelecimentos que compram de canais informais ou sem nota fiscal podem ser responsabilizados criminalmente, e essa prática deve ser tratada como um crime grave contra a saúde pública. O empresário que age dessa forma coloca em risco direto a vida dos consumidores, além de comprometer a credibilidade de todo o setor.
Já aqueles que seguem as regras e compram de distribuidores oficiais são vítimas da falsificação e devem colaborar com as autoridades, guardando notas fiscais, denunciando suspeitas e reforçando os cuidados de prevenção.
10. O que fazer se houver suspeita de bebida adulterada?
• Interromper imediatamente a venda do produto.
• Guardar a nota fiscal e informar a distribuidora.
• Acionar a vigilância sanitária local.
• Registrar boletim de ocorrência.
A falsificação é uma ameaça direta ao seu negócio e um risco à saúde pública. Reforce cuidados, siga as orientações da Abrasel e ajude a combater essa prática criminosa. Informação correta e ação preventiva são as maiores ferramentas de proteção do setor.
O QUE É VERDADE E O QUE É MENTIRA?
Já foram confirmadas várias mortes por intoxicação em bebidas adulteradas com metanol.
Falso: O governo do Estado de São Paulo divulgou em coletiva de imprensa a confirmação de uma morte causada por intoxicação de metanol. Os outros casos ainda estão sendo investigados.
Também há casos suspeitos em investigação.
Verdadeiro: Além dos casos confirmados, outros estados apuram ocorrências suspeitas.
Os casos de intoxicação por metanol ocorreram em bares e restaurantes.
Falso: Não há nenhum caso confirmado de consumo de bebida contaminada em um estabelecimento de alimentação fora do lar.
Todas as bebidas vendidas no Brasil estão contaminadas.
Falso: Os casos estão ligados a lotes adulterados produzidos ilegalmente. O alerta é para que consumidores e empresários tenham atenção redobrada especialmente com destilados de maior valor agregado quando apresentarem indícios suspeitos.
É prudente suspender em massa as vendas de destilados enquanto se investiga.
Falso: As autoridades ainda não emitiram recomendação organizacional para suspender vendas de forma ampla; medidas devem ser orientadas, não necessariamente paralisações automáticas.
Falsificadores reaproveitam garrafas originais para enganar consumidores.
Verdadeiro: Em treinamentos realizados, especialistas afirmaram que 100% das bebidas adulteradas identificadas em operações tiveram garrafas originais reutilizadas.
Lacre, selo fiscal, condição do rótulo, qualidade de impressão e preço baixo são indicadores de alerta.
Verdadeiro: Esses elementos são frequentemente usados como critérios de checagem em protocolos técnicos e cartilhas de prevenção.
O empresário que compra bebida adulterada por ignorância não pode ser responsabilizado.
Falso: Mesmo em situação de ignorância, se houver negligência (uso de canal sem procedência ou sem nota fiscal), pode haver responsabilização legal.
A corrupção do sistema de monitoramento Sicobe permitiu o metanol entrar nas bebidas.
Falso: A Receita Federal esclareceu que não há correlação entre o desligamento ou falhas no Sicobe e a adição de metanol em bebidas - o controle de destilados utiliza selos específicos da Casa da Moeda, independentes do Sicobe.
• Clique para acessar a nota oficial da Abrasel
• Veja as datas e horários para acessar o treinamento promovido pela Abrasel, ABBD e Abrabe com orientações para identificar bebidas falsificadas
• Confira a cartilha da Abrasel, ABBD e Abrabe e saiba como identificar produtos adulterados