Mesmo antes da aprovação da lei que proíbe o uso de canudos e copos plásticos no Distrito Federal, donos de bares e restaurantes já vinham se organizando para a mudança. Desde o início do ano, um grupo de comerciantes passou a adotar itens mais sustentáveis. A decisão, contam, reduziu o consumo de descartáveis em até 80%.
"Há uma mudança de comportamento", afirma o empresário Paulo Melo. Ele é dono de uma rede de restaurantes em Brasília e está a frente do Instituto Ecozinha – uma organização sem fins lucrativos que reúne 64 bares e restaurantes do DF. Para ganhar força de lei, o projeto (nº 976/2016) de autoria do deputado Cristiano Araújo (PSD) – que proíbe o uso de canudos e copos de plástico – precisa passar pela sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Caso seja aprovado, o Poder Executivo terá 90 dias para regulamentar a norma.
Se o PL não for analisado por Rollemberg até o fim do mandato, que se encerra em 31 de dezembro, a decisão passa para Ibaneis Rocha (MDB). Se sancionada a lei, quem desrespeitar terá que pagar multa de R$ 1 mil a R$ 5 mil. Em caso de reincidência, a multa aplicada será o dobro.
Bares sustentáveis
O projeto que agora aguarda por uma sanção, define como materiais biodegradáveis todos aqueles que não são derivados de polímeros sintéticos fabricados à base de petróleo. Ou seja, que são elaborados "a partir de matérias orgânicas", como o amido de mandioca, bagaço de cana e outras fibras naturais. Mas antes mesmo do projeto de lei, bares e restaurantes que se juntaram ao Instituto Ecozinha no DF substituíram 100% dos canudos plásticos por outro descartável, à base de mandioca, milho e dendê.
O item é descartável e, assim que é dispensado, pode servir como adubo. A técnica conhecida como compostagem já tem adeptos na capital do país e evita que o material se acumule em aterros. A troca, apesar de custar alguns centavos à mais no caixa das empresas, tem atraído um "público mais jovem e consciente". No mercado nacional, um canudo de plástico convencional custa, em média, R$ 0,03 contra o R$ 0,12 do "canudoca" – apelido dado ao descartável compostável. "O preço é maior, mas são centavos quando se compara à composição no preço de um drink, por exemplo. Mas ainda sim é barato", afirma Paulo Melo.
Fonte: G1