Um "velho" problema para o empreender no setor de alimentação fora do lar tem preocupado os donos de bares e restaurantes de Juiz de Fora, na Zona da Mata, em Minas Gerais: a proibição de mesas e cadeiras nas calçadas.
Os proprietários de bares e restaurantes da cidade querem ampliar o horário para a permanência de mesas e cadeiras nas calçadas dos bares. A reivindicação, encaminhada à Prefeitura pela Abrasel na Zona da Mata, é para que o horário de meia-noite seja alterado para 1h, às terças e quartas-feiras, e para às 2h, nas quintas-feiras, sextas-feiras, sábados e véspera de feriados.
O pedido foi apresentado por Carla Pires, pela presidente da entidade, ao prefeito Antônio Almas no último dia 6 de dezembro, durante reunião. O encontro também contou com a presença do secretário de Atividades Urbanas, Bebeto Faria, dos vereadores José Márcio (Garotinho, PV) e Marlon Siqueira (MDB), além da presidente da Associação de Moradores do bairro, Rita de Cássia Guimarães Pipa, que também representa o Conselho de Segurança da área.
Para tentar minimizar problemas relacionados ao barulho, a Comissão de Mobiliário Urbano havia sugerido que as outorgas recentes para uso do solo público, concedidas pelo prefeito mediante decreto, estabelecessem a determinação de um horário limite para que os bares recolhessem mesas e cadeiras das calçadas. O horário limite de meia-noite, que já era previsto para a maior parte da cidade, só passou a ser cumprido com a intensificação da fiscalização pela Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) no local.
Os comerciantes, porém, se sentiram perseguidos, sob alegação de que a cobrança do horário só vinha sendo exigida no Alto dos Passos, o que foi negado pela SAU. Na ocasião, a chefe da fiscalização, Graciela Vergara Marques, afirmou que a medida valia para todo o município, garantindo que outras regiões estavam sendo alcançadas. Ela disse, ainda, que eram poucos os bares autorizados a usar as calçadas após a meia-noite e que a intenção da Prefeitura era unificar o horário para todos. O fato é que desde julho, quando as ações foram intensificadas naquela região, a maioria dos proprietários de bares no Alto dos Passos vem cumprindo o decreto.
Prejuízos e demissões
O novo pedido, intermediado pela Abrasel, retoma a queda de braço travada entre o comércio e os residentes da área. Os moradores se reuniram à noite de segunda-feira (10), na Casa da Bênção, na Avenida Vasconcelos, no Alto dos Passos. O encontro foi uma iniciativa da Associação do bairro para avaliar o posicionamento da comunidade sobre a proposta de extensão de prazo apresentada ao prefeito.
Em nota, a presidência da Abrasel afirmou ter sido procurada pelos bares e restaurantes da Rua Don Viçoso, para criar uma interlocução com o poder público referente ao grande impacto econômico e social que vem sendo sentido pela retirada das mesas e cadeiras das calçadas à meia-noite. Carla Pires diz, ainda, que já foram observados fechamento de casas, demissões e uma grande queda no movimento.
Em nota, a Prefeitura informou que aguarda o resultado do encontro entre a associação de moradores do Bairro Alto dos Passos e representantes da Abrasel para agendar uma nova reunião com as secretarias de Governo e Atividades Urbanas. A meta é que seja elaborada uma saída democrática, que contemple, dentro das possibilidades, moradores e comerciantes. Até o fechamento desta edição, o encontro não havia terminado.
*Com informações de Notícias Hoje