Abrasel diz que aguarda medidas concretas da prefeitura para reagir
Não foi bem recebida pelo setor de bares e restaurantes a exigência do comprovante de vacina para entrar em ambientes fechados da capital paulista a partir do próximo dia 30, anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta segunda (23).
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, não há condições de operacionalizar a regra. Ele diz que a entidade está aguardando a prefeitura anunciar os detalhes concretos da medida para reagir e pedir uma revisão da decisão.
Ele também questiona a eficácia do aplicativo que deve ser criado para o cliente comprovar a vacinação na porta dos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, a plataforma será lançada até sexta (27).
Solmucci afirma que a medida pode acabar limitando o acesso de visitantes de outros estados que estão atrasados na imunização, além das pessoas que não podem se vacinar por recomendação médica ou não têm smartphones ou internet.
Segundo ele, a exigência também pode aumentar filas e aglomerações.
"É um conjunto de insensatez que, ao nosso ver, só tumultua o ambiente. Teria que haver mais diálogo, preparação e avaliação da viabilidade”, diz Solmucci.
Sylvio Lazzarini, dono dos restaurantes Varanda Grill, diz ser a favor da obrigatoriedade da vacina para funcionários dos estabelecimentos e afirma que não critica a medida do prefeito, mas que é preciso priorizar as ações para acabar com a pandemia.
"Qual é a prioridade absoluta? Toda a população vacinada, protocolos de segurança, máscara, álcool em gel, não servir em pé e evitar aglomerações até que se tenha imunidade total", afirma Lazzarini. Ele também questiona como o passaporte da vacina seria fiscalizado.
Bares e restaurantes registraram casos de aglomeração e pessoas sem máscara no sábado (21) e no domingo (22), primeiro fim de semana sem restrições de horário e lotação no estado de São Paulo.
Fonte: Folha de S.Paulo