Expectativa de lotação da rede hoteleira e aumento considerável de turistas; festival pode gerar R$ 12 milhões para o município
A cidade de Bonito, conhecida internacionalmente como um dos principais destinos de ecoturismo do mundo, pode se tornar também um destino de cultura. A 20ª edição do Festival de Inverno de Bonito (FIB), que acontece de 25 a 28 de Julho, trazendo grandes nomes nacionais da música, teatro e dança, tem muito a contribuir com este novo cenário. Diversidade cultural, discussões temáticas e sociais estão entres as atrações do Festival, cujo mérito é valorizar e dar visibilidade à cultura sul-mato-grossense em todas as suas vertentes. Em paralelo ao FIB, este ano é realizada a terceira edição da Cozinha Show, evento que promete mostrar o melhor da gastronomia da região, com mostras culinárias preparadas por restaurantes associados à Abrasel.
Além das belezas naturais, a época é uma excelente oportunidade para o turista visitar a cidade. Criado em 1999, o Festival de Inverno de Bonito, ao longo dos anos, foi ganhando mais importância e tornou-se um dos eventos mais aguardados no Estado.
Coordenadora do evento, a arquiteta Cláudia La Picirelli de Arruda Carlana, explica que a proposta do Cozinha Show é ligar a gastronomia à memoria afetiva. Segundo Cláudia, os chefs convidados vão mostrar à plateia pratos diferentes da trivialidade, mas com ingredientes que fazem parte do patrimônio cultural do Estado. A ação é uma realização em parceria com o Senac, Sebrae e Abrasel.
O Cozinha Show promote surpreender ainda mais os visitantes, a começar pelo espaço, que foi quadruplicado. Serão duas tendas de 10X10 com capacidade para 80 participantes e três oficinas com degustação por dia. No domingo o espaço será dedicado às crianças (de 06 a 14 anos) com duas oficinas kids. E as inscrições são feitas no próprio local.
Roberta Ávalos, gerente de turismo e gastronomia do SENAC, explica que a mudança na estrutura dos lounges de gastronomia, está atendendo a demanda do município. “A cozinha show faz o maior sucesso e as oficinas ficam lotadas todos os dias”, diz, reiterando que a comida é um elemento agregador. “Onde tem comida, tem afeto, tem gente”.
O famoso chef espanhol, Joan Roca, afirma que a gastronomia é uma linguagem que usamos para explicar nossa terra, cultura, memória, vivências, viagens. E é neste sentido que a diretora-presidente da Fundação de Turismo, Mara Caseiro explica a experiência culinária e sua importância para o Festival. “Os sabores são elementos que marcam profundamente as pessoas, principalmente quando viajamos” Por isto, segundo ela, a experiência gastronômica veio agregar valor ao Festival. Afinal, o conjunto das práticas culturais relacionadas com a alimentação representa importante elemento de integração sociocultural e podem tornar-se um valioso elemento para a educação e para a inclusão. Não por acaso, as receitas escolhidas pelos chefs são simples e de fácil preparo. O público terá acesso a todas elas através do site da Fundação.
A mandioca vira estrela
A Abrasel organizou uma Mostra culinária cujo ingrediente de destaque será a mandioca. Juliano Wertheimer, presidente da Abrasel no Mato Grosso do Sul, parceiro e entusiasta da inserção da gastronomia ao Festival, está no comando do empreendimento. O evento vai contar com 16 restaurantes associados à Abrasel. A mostra não será competitiva. “Como o tempo é curto, preferimos focar na experiência do cliente”, explicar Juliano que está trabalhando para que os turistas que estarão na cidade durante o Festival, visitem os restaurantes e experimentem as diferentes criações feitas para a Mostra. Cerca de dois mil guias serão distribuídos pela cidade, com informações detalhadas sobre cardápio dos estabelecimentos participantes e os respectivos preços. “Ninguém gosta de surpresa em restaurante”, explica o presidente da Abrasel. “Muitas vezes as pessoas deixam de ir ao lugar porque imaginam que não podem pagar, mas teremos pratos para todos os gostos e bolsos”, conclui.
Fundamental para o município
“O Festival tem importância fundamental para nós, principalmente porque ele nos coloca na mídia positiva antes, durante e depois do evento”, diz o secretário de Indústria, Turismo e Comércio de Bonito, Augusto Barbosa Mariano, acrescentando que esta divulgação atrai principalmente turistas de países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, além de São Paulo e, claro, os turistas das cidades vizinhas.
“Durante cinco dias somos a capital do Centro-Oeste”, ressalta. Para se ter ideia do quanto o Festival movimenta a economia local, Augusto faz a seguinte conta: de cada real colocado pelo Governo, há um retorno de cinco a seis reais para o município. A expectativa é que este ano seja gerado cifra em torno de R$ 10 a R$ 12 milhões durante os quatro dias de programação. “São cerca de 30 a 40 mil pessoas que vão dormir, comer, comprar algum souvenir; isto movimenta toda a cadeia produtiva do turismo”, explica o secretário.
* Com informações do Jornal Dia a Dia e A Critica