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Além de atrair o candidato em um primeiro momento, o processo seletivo pode ser a chave para a retenção de funcionários

Por Duda Gomes

Transformar a seleção em uma experiência atraente, com ação continuada e cultura organizacional forte, é essencial para atrair talentos. Foto: Midjourney

Em um mercado de trabalho como o de bares e restaurantes, a maneira como o processo seletivo é conduzido pode ser decisiva para atrair os candidatos certos. O empreendedor precisa enxergar o processo de contratação como uma oportunidade de encantar o candidato, e não apenas de avaliá-lo.

Quem afirma é a consultora de RH, especializada no setor de alimentação fora do lar, Valéria Duarte. Para Valéria, um dos maiores erros que os empreendedores cometem é tratar o processo seletivo como uma avaliação unidirecional, onde apenas o candidato está sob julgamento.

“Na verdade, o processo de seleção deve ser uma via de mão dupla. Assim como o candidato precisa se apresentar da melhor forma, o empregador também deve fazer o mesmo. Isso significa mostrar o que a empresa tem a oferecer em termos de cultura, oportunidades e desenvolvimento profissional”, afirma.

Ela ressalta a importância de criar uma experiência positiva desde o primeiro contato. “O processo seletivo é o primeiro passo para construir uma relação de longo prazo. É preciso transformar essa etapa em algo atraente, que mostre que a empresa está realmente investindo em seus funcionários”, diz Valéria.

O empreendedor deve ser ainda mais proativo em “vender” a vaga. “O candidato precisa ver a possibilidade de crescimento, de aprendizado e de construção de uma carreira dentro da empresa”, conclui Valéria.

Quem complementa a percepção de Valéria Duarte sobre as mudanças no mercado de alimentação fora do lar é o empreendedor com vasta experiência no setor, franqueado do Bob’s em Santa Catarina, Célio Salles. O empresário enfatiza que o processo seletivo deve ser uma experiência menos rigorosa e intimidadora para os candidatos.

Ele acredita que a abordagem de contratação precisa ser reavaliada, adotando um papel mais ativo na atração na conquista de funcionários. Ele alerta que manter um processo muito rígido pode resultar na falta de candidatos.

Essa flexibilidade permite a inclusão de profissionais que, apesar de não atenderem a todos os critérios técnicos, podem trazer uma contribuição valiosa ao time.

O novo perfil no mercado de trabalho

Na atual dinâmica do mercado de trabalho, entender as motivações dos candidatos é essencial. Célio Salles destaca que as expectativas individuais podem ser categorizadas em três perfis principais, cada um com suas próprias aspirações: os que buscam ganhos financeiros, os que desejam aprendizado e desenvolvimento, e aqueles que almejam construir uma carreira.

Aqui, vale ressaltar que esses perfis podem, facilmente, se correlacionar, mas existe um aspecto que demonstra maior relevância quanto à visão do candidato em relação à vaga e às percepções quanto ao mercado de trabalho.

No entanto, a Geração Z traz uma nova camada a essa discussão, refletindo mudanças significativas nas motivações e expectativas em relação ao trabalho. Essa geração não se limita a buscar apenas ganhos financeiros, mas valoriza experiências que proporcionem “prazeres instantâneos”.

Para atender a esses diferentes perfis de candidatos, especialmente no contexto da Geração Z, os empresários devem adotar uma mentalidade de inovação e adaptação.

O empreendedor Edson Leite, que atua no segmento de food service e possui a hamburgueria Autorama, em São Paulo (SP), relata que a maioria dos funcionários de sua equipe pertence à Geração Z.

Ele percebe que esse grupo apresenta uma maior flexibilidade em suas expectativas. “Eu percebo que eles buscam ambientes dinâmicos, com espaços de trabalho que ofereçam conforto e oportunidades de expressar sua criatividade. Isso nos leva a reavaliar nossa proposta de valor e os benefícios oferecidos”, observa.

Edson também destaca que a flexibilidade em relação ao trabalho remoto é uma exigência crescente, mesmo em setores que tradicionalmente não oferecem essa opção.

Ele aponta que, embora o trabalho remoto possa não ser viável na maioria dos casos, o reconhecimento e a inclusão de novas formas de trabalho se tornam fundamentais para a atração e retenção de talentos. “Entender a cultura que a Geração Z traz para o ambiente de trabalho é essencial para construirmos equipes engajadas e motivadas”, completa o empreendedor.

A mudança no comportamento dos profissionais do setor é um desafio a ser enfrentado por todos os empresários, mas também representa uma oportunidade para inovar e transformar a forma como os negócios operam.

Para isso, é preciso ter em mente que o valor não está apenas nos salários, mas também nas experiências e oportunidades que a empresa pode oferecer. Se o cenário de trabalho se transformar em um ambiente saudável e estimulante, os resultados serão refletidos na eficiência operacional e na satisfação dos colaboradores.

*Texto adaptado da edição 159 da revista B&R

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