Segmento de entrega de alimentos permanece em uma boa fase após o impulsionamento pela pandemia, e deve seguir se desenvolvendo
O mercado de delivery no Brasil teve um crescimento expressivo nos últimos anos, impulsionado pela pandemia. Em 2019, apenas 30,4% dos internautas brasileiros utilizavam serviços de entrega de refeições. Entretanto, entre 2020 e 2021, esse número aumentou para 54,8%, de acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A pandemia criou um cenário favorável para a expansão dos serviços online, dada a necessidade de se evitar o contato pessoal além da busca por soluções mais rápidas e práticas. Por esse motivo, o segmento de entregas de refeições via aplicativos, sites ou whatsapp experimentou um crescimento notável, se destacando como um dos setores que mais prosperaram na internet.
A conveniência e a praticidade oferecidas pelos aplicativos de delivery próprio e pelas grandes plataformas de mercado, como Rappi, iFood e Daki fizeram com que o segmento prosperasse mesmo após o fim do período pandêmico.
O sucesso observado indica que essa tendência continuará impulsionando o setor alimentício no país. No cenário atual, as plataformas têm buscado estabelecer parcerias sustentáveis com restaurantes e entregadores, priorizando a oferta de uma experiência de compra agradável e vantajosa para todas as partes envolvidas.
A ascensão do delivery brasileiro também se destaca em comparação aos números com outros países da América Latina. De acordo com dados da Statista, 48,77% de todos os pedidos feitos na região são provenientes do Brasil, superando México (27,07%) e Argentina (11,85%).
A pandemia não apenas alterou o estilo de vida das pessoas com o isolamento social, mas também gerou novas necessidades e demandas para a rotina das pessoas. Com as restrições em espaços físicos, a utilização de serviços de entrega de comida tornou-se a única opção para que fornecedores pudessem manter suas operações. Esse momento foi crucial para consolidar o serviço de entrega de alimentos entre os clientes habituais e para conquistar novos usuários.
De acordo com dados da Pesquisa Globo de 2021, 72% dos usuários de delivery consideram a praticidade e a comodidade como os principais motivadores para utilizar esse tipo de serviço.
A percepção do tempo também sofreu mudanças significativas nos últimos anos, e a preferência por evitar filas no supermercado e receber produtos em até 15 minutos tornou-se mais presente. Os aplicativos de entrega conquistam os consumidores ao venderem a usabilidade de seus serviços.
Os restaurantes e a indústria de alimentos também se adaptaram ao cenário e encontraram maneiras inovadoras de atender a essa demanda crescente por delivery. Alguns estabelecimentos optaram por operar 100% online, sem a necessidade de salões físicos para consumo, adotando o conceito de "dark kitchen" ou cozinha-fantasma, mudança que resultou em uma redução de custos operacionais e um aumento de até 50% no faturamento.
Além disso, o segmento abrange uma variedade de ocasiões e preferências dos consumidores. Embora o fast-food seja o mais representativo, com 72% de preferência, a alimentação saudável e os pedidos de café da manhã também têm ganhado espaço nas plataformas. Durante a pandemia, houve um aumento no pedido de frutas e hortaliças, enquanto o café da manhã registrou um crescimento significativo de 200% no iFood.
Para acompanhar as tendências e continuar a crescer, o setor tem se digitalizado ainda mais, buscando reduzir o contato físico entre as partes envolvidas. Algumas marcas de restaurantes investiram em plataformas próprias, independentes dos grandes players do mercado, visando fidelizar os clientes e aumentar o reconhecimento de suas marcas.
Além disso, a venda via Whatsapp também se tornou uma tendência no segmento, aproveitando a grande base de usuários brasileiros do aplicativo. A inteligência artificial tem desempenhado um papel importante nesse contexto, facilitando as vendas por meio de chatbots que respondem automaticamente aos pedidos dos clientes, eliminando a necessidade de intervenção humana no processo.
Outro aspecto interessante é o uso dos aplicativos de entrega de comida como veículos de mídia. Eles não se limitam apenas às transações de entrega, mas também oferecem espaço para anúncios e ativações diferenciadas com o público.
As parcerias entre a indústria alimentícia e os aplicativos possibilitam promoções exclusivas, descontos, ofertas de frete grátis e outros benefícios para os consumidores. A sustentabilidade também ganhou destaque no setor, e as embalagens utilizadas para as entregas têm sido alvo de mudanças significativas. Embalagens sustentáveis, de fácil descarte e reciclagem, têm substituído as tradicionais marmitas de isopor e talheres de plástico.
Empresas que adotam embalagens ecologicamente corretas recebem valorização dos consumidores, que estão cada vez mais conscientes e exigentes em relação às práticas ambientalmente responsáveis.
*Com informações de FoodConnection.
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