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Evento ocorre entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro em Rabat, capital do Marrocos

A candidatura é uma importante forma de promover a cozinha mineira e cultura brasileira, além de uma potencialização da economia.

Minas Gerais será inserido na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Pelo menos é o que uma ação do governo do estado, juntamente com o governo federal, pretende ao tentar consolidar a candidatura dos Modos de Fazer Queijo Minas Artesanal na honraria. Será a primeira vez que um bem cultural brasileiro descrito no Livro de Registro dos Saberes irá buscar este reconhecimento internacional, que ocorrerá no Marrocos.

O evento se inicia no fim deste mês, entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro, sendo voltado para a análise de diversas candidaturas. A intenção da campanha é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental da Unesco acerca da importância dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal e realizar uma maior divulgação da proposta brasileira para o público participante e para a imprensa internacional.

Existirá também uma programação complementar, que irá contribuir com o objetivo da candidatura: a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um Workshop de Experiência Imersiva sobre os Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas no evento.

A candidatura é uma importante forma de promover a cozinha mineira e cultura brasileira, além de uma potencialização da economia.

“Este reconhecimento da Unesco pode elevar o nosso queijo a outro patamar. Hoje compramos queijos do mundo todo, mas não podemos exportá-lo. Estamos trabalhando para que a legislação seja atualizada, e o título de patrimônio imaterial da humanidade pode contribuir muito nesse sentido porque tem um nome muito grande. É uma chancela que vai além dos governos”, sublinha o Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.

Outro aspecto é o benefício que isso pode representar no quesito turismo. “Esse reconhecimento pode favorecer a atração de mais turistas que interessados em conhecer de perto os modos de fazer o queijo artesanal de Minas. Então, as fazendas vão poder oferecer essa experiência, movimentando a rede hoteleira e a atividade turística, o que reforça a imagem do estado como destino mundial de gastronomia”, completa Oliveira.

Para o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, esta é uma oportunidade para demonstrar o quanto os produtores mineiros de queijos artesanais têm evoluído no atendimento das demandas da sociedade, cada vez mais exigente.

“Nossos queijos têm mantido a tradição, ao mesmo tempo que seguem inovando com as boas práticas de produção, viabilizando a entrada em mercados cada vez mais diferenciados. Esse reconhecimento vai levar o modo de produção do Queijo Minas Artesanal para uma escala de alcance de todos os países e isso é muito importante para Minas Gerais”, reforça.

Após a participação no evento da Unesco no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura cujo prazo é até 30 de março de 2023. Uma das etapas é o encaminhamento de um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que o entregará em seguida à Unesco. A avaliação final da candidatura é feita até 2024.

Para o presidente da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão Barroso, a campanha de promoção internacional dessa candidatura demonstra o trabalho de instituições que se uniram para apresentar e solicitar a inclusão do QMA (Queijo Minas Artesanal), como Patrimônio Imaterial da Humanidade, tendo em vista sua importância.

“A produção do QMA é feita por agricultores familiares, respeitando o tradicional modo de fazer desde a colonização do Brasil. Com boas práticas de produção, fabricação e segurança alimentar, nessa missão vamos promover uma interação com os participantes para degustação da iguaria e apresentação de vídeos e mídias impressas que mostrarão aos representantes da Unesco a importância cultural, social e econômica do QMA para os brasileiros e mineiros”.

E completa, em seguida: “A Faemg representa os produtores estaduais de Queijo Minas Artesanal, e este sendo reconhecido pela Unesco facilitará a abertura dos mercados nacional e internacional”, conclui.

Histórico do registro do bem cultural:

Em 2002, o Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba.

Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.

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