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Como as mídias sociais e a tecnologia estão transformando o trabalho dos chefs de cozinha

Por Brener Mouroli

Chefs de cozinha estão se adaptando aos novos caminhos, o que favorece a relação entre o universo digital e a tradicionalidade da profissão. Foto: Midjourney

A cozinha, antes restrita aos fogões e a agitação típica dos horários de pico de bares e restaurantes, agora é também um fenômeno acompanhado pelas telas brilhantes e influenciada pelo avanço do universo tech para acompanhar as novas tendências de consumo.

No Dia Internacional do Chef de Cozinha, comemorado em 20 de outubro, é momento de celebrar a evolução desses profissionais e refletir sobre o impacto da tecnologia e das redes sociais na gastronomia.

Sebastian Parasole, chef de cozinha e coordenador do curso de gastronomia do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) e a influencer digital e jornalista de gastronomia Ana Sandim, falam sobre como têm percebido estas mudanças nos últimos anos.

Mudanças na profissão

Parasole detalha que o movimento de mudanças causado pelas mídias sociais é algo que faz parte do processo evolutivo. Porém, reforça que apesar de ser algo que é intrínseco e algumas vezes bom, ainda há problemas a serem enfrentados, como o sentimento de urgência das redes.

Ele acrescenta que o ciclo de ascensão e queda nas mídias sociais faz parte desse novo cenário, abrindo caminho para o surgimento de novas oportunidades e trabalhos.

“O processo é rápido, um minuto de glória, torna-se milionário e em um segundo, desaparece. É parte do novo jogo", analisa.

Ana Sandim, influenciadora gastronômica, explica que durante a sua carreira optou em deixar as redações e o tradicional trabalho para abraçar a sua empresa, o que a proporcionou mais liberdade para a produção de conteúdos.

“O trabalho que construí ao longo dos anos passou a ser reconhecido, permitindo-me realizar grandes jantares como chef e escrever um livro, como jornalista especializada em gastronomia”, conta a chef.

Entretanto, ela resume que a construção de uma presença nas mídias sociais não foi de um dia para o outro, nem resultado de um vídeo viral. Pois, como conta, as redes sociais a ajudaram como ferramenta, mas foi com muito trabalho de “formiguinha” que conseguiu a confiança necessária para realizar vendas e desenvolver projetos importantes.

Ana Sandim, Chef de cozinha, influenciadora e jornalista de gastronomia. Foto: Renan Lameu

Novos caminhos nas redes sociais

As cozinhas não sairiam ilesas às mudanças tecnológicas e de comportamento dos consumidores. Assim, as influências têm trazido novos caminhos e com eles desafios para que a gastronomia se adeque aos desejos dos clientes.

Sandim usa do seu conhecimento como chef e como jornalista para difundir nas mídias sobre o universo da culinária. Além disso, ela também usa estas as ferramentas para impulsionar a sua marca.

Para ela, as redes sociais são um complemento ao seu trabalho e não o foco principal. “As redes sociais são a vitrine do meu trabalho, mas não representam tudo. Essas plataformas me permitiram atuar em ambas as áreas, conciliando minha paixão por cozinhar e por falar sobre comida”, conta.

Parasole pontua que a cozinha sempre será a mesma, mas o acesso à informação transforma a relação dos consumidores para com ela.

“A cozinha sempre foi cozinha, o ato de cozinhar sempre foi o mesmo, a diferença está que se sabe cada vez mais sobre o assunto. Seja pela tecnologia, pela informação, pela quantidade de recursos em meio aos apps, TV, reality, streaming, post etc., que existem para falar de culinária”, destaca Parasole.

Desta forma aumentam as expectativas acima do trabalho exercido pelos chefs de cozinha.

E o futuro?

Ao pontuar sobre os caminhos futuros da profissão, Parasole destaca dois pontos. Ele acredita que o trabalho do chef será auxiliado cada vez mais por robôs, o que traz outro ponto. Isto é, além da necessidade do auxílio para substituir o trabalho difícil, também ressalta a problemática com a geração atual que mudou o seu comportamento em relação ao trabalho.

Ele acredita que restaurantes com chefs que cozinham de maneira artesanal se tornarão experiências exclusivas, já que o preparo diário de refeições será cada vez mais dominado por máquinas — assim como o micro-ondas revolucionou os anos 80, tornando possível aquecer uma refeição pronta em poucos minutos e seguir com a rotina.

Já Sandim vê que a profissão de chef evoluiu de uma figura de bastidores para chef estrela. “O boom das redes sociais vem transformando chefs em celebridades, permitindo que compartilhem suas criações e suas histórias diretamente com o público, mas em alguns casos cria uma ilusão, colocando exceção como regra”, diz a chef.

Sebastian Parasole, Chef de Cozinha e coordenador do curso de gastronomia do IESB. Foto: Facundo

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