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Sobremesas como brevidade, marta rocha e maria-mole estão cada vez mais raras, mas trazê-las de volta ao cardápio pode ser uma estratégia atrativa para bares e restaurantes

A torta marta rocha é uma criação nacional que homenageia a primeira miss Brasil. Foto: Lucas George Wendt

Com o Dia da Sobremesa, comemorado em 09 de outubro, surge a oportunidade de refletir sobre os doces tradicionais brasileiros que vêm se tornando difíceis de encontrar nos menus de bares e restaurantes. Receitas como brevidade, torta marta rocha e maria-mole, que costumavam ser muito presentes nas mesas de família e nos balcões de confeitarias, estão cada vez mais esquecidas em meio à modernização do setor.

O resgate dessas iguarias pode ser uma forma de conquistar o público que busca experiências mais autênticas e diferenciadas. Para a confeiteira Carole Crema, essa é uma excelente estratégia. Dona da doceria que leva seu nome, localizada no Jardim Paulista, ela foi jurada por dez anos do programa Que Seja Doce, no canal GNT, e atualmente ocupa este posto no Bake Off Brasil, no SBT.

"Eu sou a prova viva de que resgatar a tradição dos doces gostosos, simples e brasileiros é sempre um sucesso. Eu fiz isso com o bolo de coco gelado, chamado de 'toalha felpuda', que estava esquecido nos cadernos das avós e hoje é o meu produto mais vendido" afirma.

São diversas possibilidades de sobremesas. A brevidade, por exemplo, é um bolinho leve feito à base de polvilho e ovos, caracterizado por sua textura aerada e macia. Este doce simples - porém saboroso - remete a uma confeitaria mais tradicional, se mostrando uma excelente opção para ser reapresentada de forma criativa.

Da mesma forma, a torta marta mocha (que deve o nome à primeira Miss Brasil, Martha Rocha), conhecida por sua mistura de camadas de massa de pão de ló, creme de ovos e nozes, carrega uma história rica e um sabor sofisticado, capaz de encantar tanto pela tradição quanto pela versatilidade.

Outro exemplo é a maria-mole, uma espécie de marshmallow brasileiro que perdeu espaço nas vitrines das confeitarias. Sua textura leve e doce continua sendo um prazer nostálgico, ideal para recriações modernas.

"Precisamos valorizar e entender que existe esse movimento de retorno à simplicidade, às raízes. São ingredientes incríveis em combinações super bem-feitas, mas o produto em si é muito simples" explica Carole.

Para empreendedores do setor de alimentação fora do lar, resgatar essas sobremesas e inseri-las no cardápio pode ser uma maneira de se destacar da concorrência, atraindo tanto consumidores que buscam reviver memórias afetivas, quanto novos clientes interessados em experimentar sabores diferentes.

Além disso, há maneiras de adaptar a apresentação destas receitas tradicionais para atender às tendências contemporâneas de consumo, como versões veganas ou com menos açúcar, ampliando o público-alvo.

Trazer de volta essas sobremesas não é apenas uma questão de nostalgia, mas também uma oportunidade de oferecer ao cliente uma experiência única e memorável, que valoriza a história e a diversidade da confeitaria brasileira.

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