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Evento faz com que Teresina se orgulhe não apenas da hospitalidade de um povo acolhedor, mas também de sua diversa gastronomia

Por Danilo Viegas

Evento aconteceu entre os dias 7 e 10 de setembro.

“E o calor, já se acostumou?”. Em tom de brincadeira, essa era costumeiramente a primeira frase que eu ouvia quando viajei para Teresina para cobrir o Festival Maria Isabel, da Abrasel no Piauí. A pergunta não era à toa, fazia 36 graus na noite daquele 8 de setembro. Mas a alta temperatura naquele momento tinha explicação, segundo me disseram.

Estávamos no 'B-R-Ó bró', uma expressão muito usada em algumas partes do Brasil, principalmente no Piauí. Ela faz referência a última sílaba dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro; considerados os mais quentes do ano no estado. Interessante perceber como o sol (forte em sua maioria das aparições) permeia a cultura do lugar.

Mas bastam alguns dias para entender que a riqueza local vai além, está na hospitalidade do povo acolhedor e principalmente nos sabores, que vão desde o Capote até a Maria Isabel, passando pela tradicional Cajuína, reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Piauí em 2014 e eternizada pela música de Caetano Veloso.

Afinal, são 251.529 km² que abrigam quatro diferentes biomas: cerrado, mata dos cocais, floresta estacional semidecidual e caatinga. É natural, portanto, que essa diversidade encontre um vasto caminho na gastronomia.

E foi justamente pensando em celebrar essa riqueza que a Abrasel no Piauí realizou entre os dias 7 e 10 de setembro a 6ª edição do festival gastronômico Maria Isabel sob o tema: Dos Cerrados aos Manguezais. “Queremos incentivar o consumo de produtos regionais e valorizar os nossos chefs e a nossa gastronomia", diz Eduardo Rufino, presidente da Abrasel no estado.

Para isso foi montada uma verdadeira arena multiuso em um terreno de 10 mil metros quadrados em um shopping da cidade. No local, 16 restaurantes ofereciam pratos a preços convidativos. No espaço Sebrae, uma feira de microempreendedores com ofertas de ricos produtos da região, como o mel piauiense e o licor nordestino.

“Pensamos e trabalhamos arduamente para mesclar a parte gastronômica com oentretenimento. Não é apenas uma imensa praça de alimentação, é um espaço cultural de qualidade para você ir com a família e os amigos”, diz Natália Macário, diretora-executiva da Abrasel no estado.

E de fato lazer era o que não faltava; desde atrações musicais no palco Dom Severino até 15 workshops gastronômicos com degustações reunindo renomados chefs de todo o Brasil

Os desafios da gastronomia piauiense

Igor Rocha foi o chef escolhido pela Abrasel no Piauí para ser o curador das aulas-show gastronômicas. O jovem chef mostrou desenvoltura em mediar os workshops enquanto explicava didaticamente alguns conceitos técnicos ao público.

“O festival cresceu tanto em tamanho físico, como também no público. Esse impulso vem da essência do evento em si. É uma ação que converge nessa valorização da cultura gastronômica do estado. Temos os restaurantes participantes e os ajudamos na escolha dos pratos de acordo com o tema da edição”, diz.

Esse ano, uma das convidadas foi a Chef Dirinha, da cidade de São Raimundo Nonato (cerca de 500km de Teresina). Em seu workshop ela apresentou ao público o "Requeijão Cardoso", um queijo típico da região da Serra da Capivara.

Mas qual é a relação do festival com o estímulo ao empreendedorismo? Sendo o maior festival gastrônomica do Piauí, o Maria Isabel serve também como um farol que mostra o caminho a ser percorrido. Caminho este que pode sim ser tortuoso, mas compensador.

Para Igor, um dos principais desafios de empreender na gastronomia no Piauí é um misto entre "falta de profissionais qualificados x desvalorização dos profissionais".

Ele explica: “como hoje um dos meus trabalho é com consultorias gastronômicas, eu consigo ter uma visão dos dois lados, tanto do empreendedor quanto do trabalhador. Dentro desse cenário, precisa haver uma educação por parte do empresário, que muitas vezes quer investir, mas não entende dos processos de cozinha e gestão, então ele acaba não valorizando o trabalhador".

"Já vi por exemplo cliente investindo milhões em um salão, mas nem 10% disso na cozinha, sendo que ela é o coração do restaurante. Por outro lado, como a educação nessa área é "relativamente" nova, existem poucos profissionais qualificados”, finaliza.

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