Empreendedores encontram espaço para reajustar preços historicamente represados e recompor margens nos negócios
Foto: Elevate
O IPCA de agosto registrou deflação geral de 0,11%, resultado puxado principalmente pela queda nos preços dos alimentos consumidos em domicílio e da energia elétrica residencial. Já o grupo de alimentação fora do domicílio apresentou alta de 0,46% no mês, em um movimento de recomposição de preços que busca equilibrar custos e contribuir para a recuperação dos negócios.
Segundo pesquisa recente da Abrasel, 55% das empresas do setor registraram estabilidade ou enfrentaram prejuízo em julho. Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, o atual cenário de menor pressão inflacionária cria espaço para que bares e restaurantes reajustem preços que, por anos, ficaram abaixo da alta dos insumos e da própria inflação.
O objetivo, destaca ele, é garantir condições de competitividade e sustentabilidade ao setor.
“O reajuste dos preços dos cardápios é visto como um passo importante para a consolidação do setor, que tem papel fundamental na geração de empregos e no dinamismo da economia. A expectativa é de que a estabilidade nos custos abra espaço para um maior poder de consumo fora de casa, fortalecendo a atividade e permitindo que o número de empresas operando com prejuízo diminua”, afirma Solmucci.
Lanches continuam subindo mais que refeições
No acumulado de 12 meses, a alimentação fora do lar registra inflação de 8,50%, acima do índice geral de 5,13%. O aumento também supera o observado no grupo de alimentos e bebidas, que alcança 7,42%.
Em agosto, um fenômeno já observado ao longo do ano persistiu: o preço dos lanches (0,83%) segue avançando mais que o das refeições completas (0,35%). Em contrapartida, itens como o cafezinho (−1,25%) e o vinho (−1,59%) registraram deflação.
“Os empresários estão calibrando os preços de maneira bastante cuidadosa, buscando equilibrar os custos sem afastar o consumidor. Esse movimento é importante para que os negócios consigam manter a atratividade dos cardápios e, ao mesmo tempo, aumentar as margens, garantindo sustentabilidade aos negócios do setor de alimentação fora do lar”, conclui Solmucci.
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