O presidente da Abrasel em Goiás, Fernando Jorge, foi convidado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério Público do Trabalho do estado, para falar sobre o papel da Abrasel e do setor de alimentação fora do lar para os participantes Cozinha & Voz - Empregabilidade Trans. O objetivo do projeto, que começou no começo de outubro em Goiânia, é promover a formação profissional e inserção no mercado de trabalho de pessoas travestis e transexuais. Trinta e cinco homens e mulheres transexuais e travestis foram selecionados para participar da iniciativa , que vai até o final de novembro e é totalmente gratuita. Além do curso de assistente de cozinha a ser ministrado pela Faculdade Cambury, são oferecidas semanalmente oficinas de poesia, rodas de conversa, workshops e palestras. "É uma oportunidade de tirar o preconceito e deixar o nosso setor ainda mais diverso", afirmou Fernando Jorge, sobre a importância do projeto.
A iniciativa é fruto de parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Toda a programação foi pensada com muito carinho para que consigamos realmente promover uma transformação positiva na vida dessas pessoas”, afirmou o procurador-chefe do MPT-GO, Tiago Ranieri, ao receber as alunas e alunos na sede do órgão. Ranieri explicou, ainda, que o “Cozinha & Voz” faz parte de estratégia para promover oportunidades de maneira que todas as pessoas possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de igualdade, segurança e dignidade.
Transformação
Participantes do projeto, Karlla Ariella e Thomas Cristian estão esperançosos quanto às possibilidades que o “Cozinha e Voz” pode oferecer. “Estamos aqui para ousar e queremos conquistar o espaço que nos é negado. Minhas expectativas são altas”, afirma Karlla. “O fato do projeto ser voltado apenas para pessoas trans chamou minha atenção. Finalmente fizeram algo que mostrasse que nós existimos, que não somos diferentes e merecemos oportunidades como qualquer outra pessoa”, completa Thomas.
A representante da Associação de Travestis Transexuais e Transgêneros de Goiás (Astral-GO), Cristiany Beatriz, explica que a entidade é uma das apoiadoras do projeto porque enxerga a necessidade de respaldo às pessoas trans na questão da inclusão social, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Segundo Cristiany, o preconceito da sociedade em relação à identidade de gênero é um obstáculo para alcançar a empregabilidade. “São pessoas que sofrem preconceito até no seio de suas famílias e o curso vem também para fortalecer esse lado da dignidade humana e da inclusão social”, finaliza.
*Com informações do Ministério Público do Trabalho de Goiás