abrasel
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa

  • Home
  • Conexão Abrasel
  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa
  • Fale Conosco
  • Revista B&R

A tática sem moderação da Ambev

  • PUBLICADO EM: 27/04/2020
  • Tempo estimado de leitura: minuto(s).

Maior cervejaria da América Latina destina R$ 110 milhões ao plano de combate à pandemia. Além de transformar fábricas de bebida em linhas de produção de álcool gel e de máscaras de proteção, empresa socorre restaurantes e bares que estão fechados — e ajuda a erguer um hospital.

MARCA PRÓPRIA: O CEO Jean Jereissati Neto usa álcool gel feito pela empresa. Iniciativas para ajudar o Brasil (Crédito: Claudio gatti)


Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar.” Um dos ensinamentos do filósofo chinês Sun Tzu mais reproduzidos mundo afora, parte do livro A Arte da Guerra, é considerado um guia para comandantes de tropas que se arriscaram em batalhas há pelo menos 2.500 anos. Tem sido também um conselho útil para empresários, executivos e profissionais que buscam sobreviver em tempos conflituosos, como a que se atravessa com a pandemia da Covid-19 — doença que já atingiu mais de 2,5 milhões de pessoas e matou cerca de 180 mil em todo o planeta. A tática milenar tem ajudado também a guiar as iniciativas da maior cervejaria da América Latina, a Ambev, controlada pela AB Inbev. Responsável por 60% do mercado de bebidas no Brasil, a companhia está na linha de frente do combate ao novo coronavírus no País.

Em vez de cerveja, algumas de suas fábricas hoje produzem frascos de álcool gel (mais de 1 milhão de unidades) e máscaras faciais (cerca de 3 milhões). Os itens são doados às secretarias estaduais de Saúde. A Ambev também está erguendo, em parceria com a gigante do setor de aço Gerdau, uma unidade anexa ao hospital municipal no bairro M’Boi Mirim, na periferia da capital paulista e realizando doação de água mineral para o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

O orçamento destinado pela empresa para essas ações é de R$ 110 milhões, inicialmente. Uma cifra equivalente ao porte da companhia. No ano passado, a operação brasileira da Ambev registrou receita líquida de R$ 28,7 bilhões, uma alta de 7,1% em relação a 2018. O lucro líquido alcançou R$ 12,2 bilhões, e o volume de cerveja produzido superou 80,3 milhões de hectolitros (cada hectolitro equivale a 100 litros). Dos 50 mil funcionários da empresa, 30 mil estão no Brasil.

ÁLCOOL QUE FAZ O BEM Algumas fábricas da Ambev estão produzindo mais de 1 milhão de frascos de álcool em gel e cerca de 3 milhões de máscaras faciais, produtos doados às secretarias estaduais de Saúde. (Crédito:Divulgação)

Apesar dos números superlativos, a ofensiva humanitária da Ambev ocorre em um momento de queda vertiginosa do mercado de bebidas. O isolamento social na maior parte dos Estados brasileiros e o consequente fechamento de bares e restaurantes, responsáveis por 61% do consumo de bebida alcoólica no Brasil, fez derreter em 52% as vendas do setor entre os dias 15 e 31 de março, segundo estimativa da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe). A Ambev diz ainda não ter essa conta consolidada.

No comando da operação de guerra da Ambev contra o coronavírus está o CEO da companhia, Jean Jereissati Neto, que assumiu o posto em fevereiro deste ano, dias antes da confirmação dos primeiros casos da doença. Antes de chegar à presidência, ele foi diretor comercial no Brasil e capitaneou a operação da companhia na China. “As nossas iniciativas partiram do desejo de ajudar o Brasil, a nossa comunidade, o nosso ecossistema, neste momento de necessidade”, diz Jeressaiti, em entrevista exclusiva à DINHEIRO. “Somos uma empresa brasileira e acreditamos que esta é nossa responsabilidade.”

Para preparar o álcool gel, a empresa utiliza suas fábricas em Piraí, no Rio de Janeiro, e em Jaguariúna, no interior de São Paulo. O processo de produção consiste em extrair o álcool usado na produção da Brahma 0,0% e purificá-lo na planta de destilação para obter um produto mais concentrado, com base de etanol. A partir daí, ele é transformado em gel, envasado nas cervejarias e distribuído pela frota de caminhões da própria companhia e transportadores parceiros. Os governos estaduais se encarregam de repassar para hospitais. As máscaras faciais, também oferecidas aos profissionais de saúde, estão sendo produzidas a partir do plástico usado em garrafas PET de Guaraná Antarctica por uma empresa parceria em Osasco, na Grande São Paulo.

HOSPITAL DE AÇO Em parceria com a Gerdau, a Ambev está construindo um centro de atendimento no bairro M’Boi Mirim, na periferia da capital paulista. (Crédito:Divulgação)


Frete grátis

Para a construção da unidade hospitalar anexa ao de M’Boi Mirim, a companhia investiu R$ 5 milhões, com previsão de entrega de 100 leitos até o fim de abril. A unidade, de construção modular, foi erguida pela empresa Brasil ao Cubo. Outra parceria foi na questão logística, com distribuição das unidades de álcool aos Estados. A logtech Cargo X (plataforma conhecida como “Uber dos caminhões”) transportou até agora, arcando com o custo do frete, 26 toneladas, o que totaliza 135 mil frascos. “A gente também quis fazer esse transporte como forma de retribuição. Não ganhamos com essa operação. Vamos entregar o total de 100 toneladas“, diz o CEO da Cargo X, Federico Vega.

Além das ações para preservar a saúde e evitar mais contágio, a companhia também vem buscando alternativas para amenizar, um pouco que seja, o impacto da pandemia na saúde financeira aos bares e restaurantes, frontalmente atingidos pelas medidas de isolamento social adotadas pela maioria dos governos estaduais. Uma das marcas da Ambev, a Stella Artois, em parceria com Nestlé e Nespresso, criou a campanha “Adote um Restaurante”, movimento para ajudar financeiramente os estabelecimentos, quando forem reabertos, vendendo vouchers com desconto de 50% para uso nesses locais. O cliente paga metade do valor. A outra parte é bancada pela cervejaria. A primeira fase da iniciativa arrecadou R$ 4 milhões. A estimativa é de chegar a R$ 10 milhões. Dos 100 mil vouchers, 84 mil já foram comercializados e devem beneficiar cerca de 6 mil restaurantes. “O sucesso da ação foi tão grande que Stella Artois está levando esse modelo para outros mercados, como África do Sul, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, México, Paraguai, Peru e Reino Unido”, diz a diretora de marketing da marca, Bruna Buás. Já a marca Bohemia está à frente da ação “Ajude um Buteco”, nos mesmos moldes da campanha da Stella Artois. A campanha vai até 10 de maio, pretende arrecadar até R$ 50 milhões e beneficiar 15 mil bares no Brasil.

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, ações deste tipo são importantes, mas é necessário que haja ajuda agressiva no momento imediatamente após o fim da quarentena. “É importante que empresas como a Ambev ajudem a trazer de volta o cliente após a retomada, porque pode existir um cenário de desconfiança e preocupação dos clientes em relação à segurança do ambiente”, diz. “Por isso, a mensagem de apoio aos bares vai funcionar ainda melhor quando as portas voltarem a abrir”, afirma.

LIVES COM ARTISTAS A empresa patrocina transmissão ao vivo de shows de cantores sertanejos, com a do Gusttavo Lima, que gerou uma representação do Conar. (Crédito:Divulgação)


Segundo a entidade o Brasil tem hoje 1 milhão de estabelecimentos, dos quais 400 mil são restaurantes, 350 mil são híbridos e os outros 250 mil operam apenas como bares. Do total, 90% tem receita de menos de R$ 50 mil por mês. O faturamento anual do setor é de cerca de R$ 300 bilhões e, desde o início da pandemia, já deixou de arrecadar R$ 50 bilhões — números que dimensionam o tamanho do problema. Do faturamento da Ambev, 55% é proveniente de bares de restaurantes.

Como empresa de capital aberto, o impacto do fechamento dos pontos de venda e da queda no consumo desde o início da quarentena se reflete também no valor das ações da Ambev na B3 (antiga Bovespa) e nas análises sobre o cenário daqui em diante. Relatório produzido pela analista de alimentos e bebidas e estrategistas de ações da consultoria XP Inc., Betina Roxo, recomenda posição neutra sobre os papéis da companhia. “Enxergamos a Ambev como uma empresa resiliente do ponto de vista financeiro”, diz ela. “Apesar da redução dos lucros em função da mudança do mix de vendas, entendemos que a empresa é plenamente capaz de passar por esse curto prazo mais desafiador com tranquilidade.”

Recuperação

No pregão da quarta-feira 22, as ações da Ambev fecharam em recuperação, a R$ 11,62, poucas horas depois de o governador de São Paulo, João Doria, anunciar o plano de retomada econômica gradual a partir de 11 de maio. No dia 24 de março, quando começou o isolamento social no Estado, o papel da companhia era cotado a R$ 11,29.

Buscando outras trincheiras para ampliar sua ºparticipação na luta contra a Covid-19, talvez tenha sido em uma associação da imagem a campanhas de doação feita pela classe artística por meio de transmissões ao vivo pela internet o único momento até aqui em que caiu água no chope da Ambev. Em uma concorrida live patrocinada pela Bohemia, uma das marcas da cervejaria, o cantor sertanejo Gusttavo Lima passou uma parte considerável das sete horas em que esteve ao vivo cantando seus sucessos levando algum tipo de bebida alcoólica para a boca. O resultado foi uma representação do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) ao músico. A partir daí, as transmissões patrocinadas por bebidas, que também servem como canal para doações, passaram a contar com a inscrição na tela “Beba com moderação”. Aliás, moderação foi a palavra usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), dirigida pelo etíope Tedros Adhanom, para recomendar, em documento, a diminuição no consumo de bebidas alcoólicas em casa nesse período de confinamento.


Essas ações humanitárias como as da Ambev começam a fazer com a que a imagem de empresas fixe na memória da população como companhias que se preocupam com o cenário além de suas unidades. Pesquisa realizada pela HSR Specialist Researchers nas últimas quatro semanas aponta ranking das 20 empresas mais transformadoras do País após o início da pandemia. A rede varejista Magazine Luiza manteve a ponta da tabela nas quatro semanas, seguida pelo iFood. A Ambev esteve na terceira posição nas três primeiras medições, quando perdeu um degrau para a companhia de streaming Netflix. “O destaque da Ambev se justifica no fato de ter realizado ações inéditas, como usar a fábrica para produzir álcool em gel. Isso ganhou força aos olhos do consumidor”, diz a sócia-diretora da empresa, Valéria Rodrigues.


Fonte: ISTOÉ Dinheiro

Notícias Relacionadas

Pela primeira vez, Brasil Sabor terá participação de negócios localizados em favelas

No acumulado de 12 meses, inflação no setor supera índice geral; repasse ainda é parcial

Fórum B&R traz conhecimentos estratégicos para empresários de bares e restaurantes

Novo regulamento do MTE: impactos para bares e restaurantes

Comentários

Últimas Notícias

Pela primeira vez, Brasil Sabor terá participação de negócios localizados em favelas

No acumulado de 12 meses, inflação no setor supera índice geral; repasse ainda é parcial

Fórum B&R traz conhecimentos estratégicos para empresários de bares e restaurantes

Novo regulamento do MTE: impactos para bares e restaurantes

Grandes empresas aderem ao Plano Nacional de Restauração da Abrasel

Fórum B&R mostra como enfrentar a escassez de mão de obra e reter funcionários

ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes é uma organização de cunho associativo empresarial que tem como missão representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar (AFL), facilitando o empreender e melhorando a qualidade de vida no País.

MENU

  • Abrasel
  • Associe-se
  • Eventos
  • Notícias
  • Imprensa

Endereço

Avenida Brasil 888 - Santa Efigênia
Belo Horizonte/MG
CEP: 30140-001
CNPJ: 29.363.868/0001-38


Contato

Associe-se
Copyright © - Abrasel - Todos os direitos reservados