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Estão em curso os primeiros movimentos para a revitalização do Centro da cidade do Rio de Janeiro, que se encontra em declínio desde 1969, quando se iniciou o plano de expansão urbana na direção da Zona Oeste, a partir da Barra da Tijuca. A pandemia levou o Centro ao fundo do poço.

Cerca de 500 prédios de escritórios estão inteiramente fechados. Assim que, no dia primeiro de janeiro deste ano, assumiu o comando da prefeitura pela terceira vez, Eduardo Paes (PSD) deu o sinal verde para que o arquiteto Washington Fajardo colocasse em prática as ideias que ambos vinham amadurecendo há 12 anos.

No período 1º de janeiro de 2009/1º de janeiro de 2017, nos dois mandatos consecutivos de Eduardo Paes, o arquiteto Fajardo presidiu o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Mas acabou ocupando a posição de permanente assessor do prefeito para assuntos urbanísticos.

No entanto, a preparação para os Jogos Olímpicos de 2016 havia abafado tudo o mais que não fossem as obras de infraestrutura, os equipamentos e os preparativos para o megaevento esportivo. Já na última campanha eleitoral, ficou muito evidente ao prefeito de que havia, enfim, chegado a hora e a vez de serem colocadas em prática as ideias que Fajardo defendia há mais de uma década, tendo como cerne a revitalização da região central da Cidade Maravilhosa.

Com a eleição de Paes, Washington Fajardo assumiu o comando da Secretaria de Planejamento Urbano. No dia 6 de abril, portanto dois meses e uma semana depois de tomar posse, o secretário enviou à apreciação da Câmara Municipal o projeto para se trazer de volta à cena carioca uma área central plena de vida e movimento, com moradia, comércio, serviços, espaços de cultura e entretenimento.

Bastaram só duas semanas e meia para que, precisamente no dia 23 de abril, o projeto, denominado “Reviver Centro” fosse aprovado, depois de negociados os ajustes com o plenário da Câmara, com 47 votos a favor e coisa rara nenhum contrário.

Foto:Tyba

Com as peças do projeto bem encaixadas, uma semana depois da aprovação unânime na Câmara Municipal, o jornal O Globo dedicou, na edição que circulou no dia 30 de junho, toda uma página do seu primeiro caderno para noticiar que os investidores do mercado imobiliário já se animaram em dar os primeiros lances no “Reviver Centro”. Na manchete da página, o título em letras maiúsculas: UM CENTRO MAIS ATRAENTE. E, a seguir, o subtítulo: Com projeto Reviver, mercado já busca terrenos para uso residencial na região.

O pacote de estímulos para quem transformar edifício de escritório em moradia ou pelo menos destinar a usos mistos, com lojas no térreo

Uma série de incentivos é concedida ao investidor que fizer estas opções, no leque oferecido pelo “Reviver Centro”: 1) construir prédios residenciais na região central; 2) converter ao uso misto (com o mínimo de 60% de unidades destinadas à moradia) os edifícios que estavam destinados exclusivamente a escritórios; 3) fomentar o uso do térreo dos prédios com lojas, bares e restaurantes, com objetivo de se gerar emprego, vitalidade e movimento na região; 4) destinar imóveis à locação social, com o propósito de se atenderem pessoas de menor renda e, também, universitários e estudantes cotistas; 5) promover a diversidade socioeconômica na região; 6) restaurar imóveis que se encontram em mau estado de conservação; 6) concluir obras paralisadas, a exemplo das que foram interrompidas ainda na estrutura básica.

Foto: Bruno Gargoglione

Entre os incentivos, constam a anistia às dívidas ativas de IPTU, ITBI e ISS, além da liberação de taxas de licenciamento. O “Reviver Centro” estende-se territorialmente aos bairros circunvizinhos, como estes: a Lapa; os da região portuária (Gamboa, Santo Cristo e Saúde); e a Cidade Nova (onde se localizam a sede da Prefeitura e o Sambódromo da Marquês de Sapucaí). Outro estímulo que já vem atraindo o mercado imobiliário é o instrumento denominado “Operação Interligada”.

Trata-se de um mecanismo por meio do qual a empresa que investir em moradias no Centro da cidade, pode ter o benefício de se elevar o coeficiente construtivo em quarteirões que hoje só têm pequenos prédios (uma vez que foram edificados de acordo com antiga legislação), situados em bairros da Zona Sul, como Copacabana e Ipanema.

Na reportagem do Globo, são citadas as empresas que vêm se preparando para aderir ao “Reviver Centro”, com o apoio da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ).

Entre elas, estão a W3 Engenharia, a Cury Construtora e a Sig Engenharia. Segundo Claudio Hermolin, presidente da Ademi, o Centro tem aproximadamente 14 mil imóveis que podem ser utilizados como residência ou com usos mistos de moradia e escritório.

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