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Foto: Agência Brasil

O dia 30 de abril de 2021 ficou marcado como uma data memorável para o Brasil. O leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) impulsionou o maior entre todos os projetos de infraestrutura em curso no país. É o projeto de, ao longo dos próximos 12 anos, se incluírem as residências e os imóveis de 100 milhões de brasileiros no sistema de coleta de esgoto e 35 milhões nas redes de abastecimento de água tratada.

A estimativa que se tinha para o leilão, realizado na sede da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, era a de que fossem arrecadados R$ 10,6 bilhões. O resultou superou em 113% as expectativas. Arremataram-se três dos quatro blocos ofertados pela gigantesca cifra de R$ 22,6 bilhões. Somente um dos quatro blocos leiloados não recebeu proposta, o Bloco 3. Era o que se referia aos bairros localizados na área mais longínqua da região Oeste da cidade do Rio de Janeiro.

A direção do Banco Nacional de Desenvolv mento Econômico e Social (BNDES) já anunciou que esse bloco será remodelado com vistas a uma relicitação ainda neste ano. Nas edições do dia seguinte à sexta-feira em que ocorreu o leilão na Bolsa de Valores, na capital paulista, nos jornais de circulação nacional veiculou-se a opinião geral de que o Bloco 3 não interessou aos consórcios porque, grande parte dele “está localizado em uma área dominada por milícias, e, por isso, teria tido menos propostas”.

A estatal, apenas captará e tratará a água para vender às empresas concessionárias, que farão a distribuição aos consumidores

O consenso entre os analistas econômicos e financeiros é o de que o leilão da Cedae se tornou uma referência para todo o país, passando a positivamente influenciar a modelagem de outros cinco leilões que se projetam nacionalmente até o primeiro semestre de 2022. Os primeiros da fila do BNDES são os leilões do Amapá, de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, de Alagoas e do Ceará.

Nas avaliações dos analistas sobre o resultado do leilão, também foram unânimes os elogios à qualidade da modelagem do leilão da Cedae e à condução com o governo do Rio, lideradas pelo BNDES. Participaram do leilão grandes grupos econômicos do país e fundos de investimentos internacionais. O presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, considerou o leilão referencial e simbólico, porque, como ele disse ao Estadão, foi o maior do país e envolveu desafios ambientais gigantescos.

Muitos governadores estavam de olho no que se passava na Bolsa de Valores para se decidirem como conduzirão suas licitações. Uma das particularidades na modelagem do BNDES é que a Cedae não foi totalmente privatizada. Continuará responsável pela captação e pelo tratamento de água. As concessionárias se encarregarão dos serviços de distribuição de água à população. Passarão a ser compradoras da água tratada pela Cedae.

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