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Por Paulo Jelihovschi, sócio-diretor da BrainCloud

O caminho para uma plena transformação em uma organização por muitas vezes é longo, sofrido, mas gostoso de se viver. No mês de agosto importantes passos foram dados no processo de transformação da Abrasel, naquilo que se apoia nas ferramentas digitais que vêm sendo adotadas pela instituição, para que essa jornada seja plena e bem sucedida. A primeira foi o lançamento da Ava, a inteligência artificial da Abrasel. A segunda, os cursos online lançados em parceria com o Sebrae. De antemão, fica aqui o jabá para entrar no abrasel.com.br e conhecer tais iniciativas. Ambas, com diferentes formatos, têm o objetivo de colocar a Abrasel em contato com as pontas do setor, alcançar de forma mais abrangente a última milha de usuários e gerar melhorias em produtividade para empresários, gestores e entusiastas de bares e restaurantes e, consequentemente, para nosso país.

É somente pelo mundo digital que tais objetivos poderão ser cumpridos de modo abrangente. E aí nos defrontamos com um grande desafio: como escalar nossas iniciativas e conversar com todos sem sermos excludentes? Explico melhor: como um mundo digital, aparentemente moderno e feito apenas para os
bem letrados, pode ajudar pessoas com pouca fluência nessas “digitalidades” a melhorar o grau de produtividade de seus negócios?

Perguntemos isso para a "Maria", dona de uma pastelaria no interior de Santa Catarina e que se matriculou em um dos novos cursos online oferecidos pela Abrasel. Com um português bem simples, e cheio de erros de ortografia, ela pede ajuda no chat de atendimento da página de cursos para tentar tirar o seu certificado, pois está "perdida no meio dos botões". Ela aproveita para relatar o quanto estava feliz por ter conseguido completar o curso. Um dia antes, um usuário não identificado no interior do Rio Grande do Norte perguntou para a Ava: "Como eu dou o primeiro passo para abrir um restaurante?", e em seguida recebeu uma resposta contendo os principais pontos para realizar a tarefa, que irá mudar a vida dessa pessoa, como "escolha o nome, o tipo de restaurante", passos para a formalização, como "registros necessários na prefeitura de sua cidade", e por fim ainda recebeu uma recomendação de um curso
na página da Abrasel que poderia ajudá-lo. O usuário apontou que foi plenamente atendido.

Casos como esses mostram o principal desafio dessa direção da Abrasel de se conectar com a ponta do setor, utilizando as ferramentas digitais para tal, que é se colocar na pele do usuário, ou seja, entender a demanda dessa pessoa, de forma tão profunda a, mesmo que por alguns segundos, ser essa pessoa. Isso significa fazer com que toda uma organização se dispa de julgamentos, preconceitos e medos para abraçar a dor do outro e trabalhar com todo o foco para ajudá-lo na resolução dessa dor. É entender que a tecnologia deve ser inclusiva para os mais simples e montar soluções não para agradar aqueles que as constroem pela sua beleza e complexidade, mas sim para atender os anseios primários de empresários que lutam diariamente para vencer condições extremamente adversas que poderiam ser melhor enfrentadas simplesmente com um melhor acesso a informações. Parece simples, mas é tarefa desafiadora. Envolve olhar para fora, para entender o usuário, mas também para dentro, para nos conhecermos e entendermos que a solução não é para o público com o qual mais convivemos, nas grandes cidades. Para além do drama, os primeiros passos são
substancialmente animadores.

Por fim, o caminho a ser seguido pela Abrasel será sim da busca pela transformação do Brasil também apoiada pelas mais modernas tecnologias, gerando maior produtividade no setor e, consequente, um país mais simples para se empreender e melhor para se viver. Tudo isso deve ter por trás o sentido de se conectar a ponta da sociedade e incluir todos os atores desse setor, independentemente de onde estejam, qual seja seu grau de instrução ou sua renda. Essa sim é a verdadeira transformação: propositiva, inclusiva e bem instrumentalizada.

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