A consultora em políticas públicas para economia criativa pela Organização Mundial do Comércio (OMC), Cláudia Leitão, sinalizou o potencial do Observatório de Gastronomia
Florianópolis conta agora com um Observatório de Gastronomia. Desde 2014, a cidade tem a chancela de Cidade Criativa Unesco da Gastronomia, ao lado de outras duas cidades brasileiras – Paraty (RJ) e Belém (PA). O título contribui para o setor turístico-gastronômico local e para o desenvolvimento socioeconômico e cultural da região. O projeto é uma espécie de contrapartida ao título concedido pela Unesco.
O Observatório apresenta um mapeamento das informações relacionadas à cadeia produtiva do setor. Conforme a gestora da plataforma digital, Nathalia Bernardinetti, do Senac SC, este é um trabalho que envolve produção, pesquisas e difusão de dados e ações do setor público, privado, sociedade civil, universidades, produtores e organizações multilaterais. “É uma ferramenta para divulgação de produções científicas, técnicas e ações culturais, servindo de base para a geração de conhecimento, fomento de políticas públicas e estímulo à cadeia produtiva da Região Metropolitana de Florianópolis, além de servir de ferramenta de apoio para outras regiões”, explica.
Potencial cultural
Com um discurso potente sobre a relação entre gastronomia, criatividade, cultura e educação, a consultora em políticas públicas para economia criativa pela Organização Mundial do Comércio (OMC), Cláudia Leitão, sinalizou o potencial do Observatório de Gastronomia, lançado em agosto, em Florianópolis.
"Sem dados não há políticas públicas. Daí a importância da pesquisa para os governos e o papel das universidades, para que possamos transformar dados em políticas, programas, ações. A gastronomia é uma atividade econômica pouco compreendida para as políticas públicas do Brasil. O país ainda não assumiu a agenda da economia criativa. O desafio de Florianópolis agora é pensar a gastronomia como ativo econômico e estratégico, como um setor fundamental da economia”, pontua. Segundo a Doutora em Sociologia pela Sorbonne, a criatividade adjetiva o estilo de desenvolvimento de vários países, a exemplo da Austrália, Portugal e Peru.
O Observatório integra as ações da chancela conquistada por Florianópolis de Cidade Criativa Unesco de Gastronomia, há quatro anos, e traz um mapeamento das informações relacionadas à rede produtiva da cidade. No Brasil, apenas Paraty (RJ) e Belém (PA) têm o título internacional. Shunde (China), Tsuruoka (Japão), Popayán (Colômbia), Zahlé (Libano), ChengDu (China), Jeonju (Coréia do Sul) e Östersund (Suécia) integram este seleto grupo.
No site do observatório é possível acessar gratuitamente indicadores, relatórios, banco de imagens, produção acadêmica e videoteca. Conforme a gestora da plataforma digital, Nathalia Bernardinetti, do Senac SC, "a ferramenta servirá de base para a geração de conhecimento, fomento de políticas públicas e estímulo à cadeia produtiva da Região Metropolitana de Florianópolis”.
Os próximos passos são o fortalecimento de parcerias com instituições envolvidas com a rede produtiva da gastronomia, e a estruturação de um grupo de pesquisa multidisciplinar, envolvendo todos os atores para compreender o setor e, assim, planejar ações assertivas para a gastronomia. "Também vamos buscar parcerias com os outros Observatórios no Brasil e do mundo que têm o foco na Gastronomia e Alimentação para compreensão, fortalecimento e desenvolvimento do setor", destaca Nathalia.
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