O setor de comércio em Santa Catarina deve se preparar para a queda no número de turistas argentinos na próxima temporada. A previsão é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC). A crise econômica enfrentada no país vizinho deve ser a principal causa da redução de pessoas que passarão as férias de verão em terras catarinenses.
Para o economista da Fecomércio-SC, Luciano Córdova, é preciso lembrar que o peso argentino perdeu muito valor tanto em relação ao dólar quanto ao real. Nos últimos 30 dias, a moeda dos hermanos ficou 6,5% mais barata em relação à nossa. É importante que o empresário e a sociedade busquem atrair o turista interno, do próprio país ou de outras regiões – diz Córdova.
De acordo com a Floripa Airport, houve um recuo de 8% na solicitação de voos da Argentina para Florianópolis na próxima temporada, na comparação com a anterior. Porém, a empresa que administra o aeroporto Hercílio Luz salienta que ainda é cedo para precisar a diminuição, pois nem todas as companhias aéreas que operam para o país vizinho realizaram os pedidos de voos.
América do Sul faz a diferença
Na última temporada, os argentinos representaram sozinhos 23,5% de todos os turistas que visitaram Santa Catarina, segundo dados da própria Fecomércio. O número foi o segundo maior desde que a entidade passou a pesquisar o perfil dos visitantes, em 2013.
Conforme o levantamento da Fecomércio, outros turistas de língua hispânica, principalmente vindos do Chile, Uruguai e Paraguai, também representaram um número importante no total de estrangeiros na última temporada de verão.
Para o presidente da Abrasel no estado, Raphael Dabdab, a expectativa é de que o turismo interno consiga compensar a falta de estrangeiros. Mesmo assim, ele lembra que o hábito de muitos veranistas mudou nas últimas temporadas.
– Vimos muitos turistas levando comida às praias, frequentando atacado, dando preferência pelo aluguel de uma residência em vez de um hotel – afirma Dabdab, lembrando que a crise econômica brasileira também afetou o consumo dentro do Brasil.
O presidente da Abrasel também diz que o cenário econômico ainda indefinido complica ainda mais a previsão do mercado. Para ele, os constantes aumentos de combustíveis e de outras tarifas pode alterar o orçamento destinado ao lazer, não só para os turistas, como para os moradores.
– Tivemos vários aumentos compulsórios, alguns com o dobro da inflação. Você não para de consumir energia elétrica, de fazer deslocamentos — afirmou.
Fonte: Diário Catarinense