Com isso, seria permitida a abertura dos comércios em feriados e aos domingos sem o custo trabalhista adicional decorrente das convenções coletivas sobre trabalho nessas datas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste sábado (4) durante videoconferência com membros da Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços) que o governo vai autorizar a antecipação de feriados neste momento em que o comércio em muitas cidades está fechado, ao encontro das recomendações de isolamento social no combate à covid-19.
Com isso, seria permitida a abertura dos comércios em feriados e aos domingos em âmbito nacional, sem o custo trabalhista adicional decorrente das convenções coletivas sobre o trabalho nessas datas. Se a medida for confirmada, serão considerados ponto facultativo todos os feriados de 2020, à exceção da sexta-feira da Paixão (10/4) e do Dia do Trabalho (1º/5), ainda na fase crítica da pandemia de coronavírus, e do Natal (25/12).
A afirmação foi feita em resposta à sugestão de um empresário que participava da “live”. “A sugestão é excelente e vamos atender, os feriados serão contados como os dias parados agora na quarentena e depois a gente volta ao trabalho com tudo para compensar as perdas registradas agora”, disse o ministro. Num primeiro momento, Guedes citou a possibilidade de antecipar todos os feriados para o período de quarentena e, depois, disse que isso já foi autorizado, sem detalhar.
"Depois desse período, o Brasil seria reaberto, poderíamos sair para trabalhar", afirmou. "Já estamos passando sábados e os domingos 'juntos'. Nós vamos precisar do comércio nos feriados quando essa fase passar, até do ponto de vista de uma ressurreição espiritual", afirmou o ministro. Guedes disse que todos precisam ter resiliência neste momento e que, se o dinheiro não está chegando à ponta final, algo está acontecendo e tem de ser solucionado. Ele pediu aos empresários que comuniquem ao governo se estiver ocorrendo.
"Se não está chegando, precisamos conversar para calibrarmos e sabermos o porquê. Esses R$ 600 vão chegar. Vamos usar aplicativos para que isso chegue, o que dará um empurrão ao comércio. Haverá um poder de compra nunca visto antes. O que estamos fazendo é desburocratizar o acesso ao crédito, radicalizar o microcrédito", disse.
O ministro afirmou aos empresários que o governo deseja usar o Tesouro Nacional como garantia de algumas das modalidades de empréstimos que serão disponibilizadas no âmbito da crise.
Participaram do encontro o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco e o diretor do Banco Central do Brasil (Diorf), João Manoel Pinho de Mello, pelo governo. Estavam presentes ainda o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, da CNDL, José César da Costa, e os presidentes da União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (UNECS), da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto, da Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE), Glauco Humai,além de empresários.
Fonte:Valor Investe