Com o fim da edição 2018 do Terra Madre Salone del Gusto no dia 24 de setembro, foi lançada em Turim a campanha mundial de conscientização sobre a mudança climática ligada à alimentação. Uma questão - de acordo com a organização, urgente, global e com um grande impacto sobre todas as comunidades de produtores presentes. Dos pastores do Quênia ao povo Sami na Suécia, dos pescadores do Mediterrâneo aos agricultores dos Andes, quem trabalha em contato com a natureza, vê de perto, e paga as consequências do “maior desafio de sempre, para a humanidade”, segundo a definição do escritor indiano Amitav Ghosh.
Ao longo dos próximos meses, adeptos aos Slow Food receberam o “bastão” de seus representantes que, durante os cinco dias de evento na Itália deram valor às pessoas e às relações que se criam quando se compartilham os mesmos valores e o amor pela terra e o alimento.
Os Fóruns e as palestras contaram com um grande afluxo de público: especialistas, técnicos, visitantes, delegados, todos participaram contribuindo com ideias e reflexões, confirmando, mais uma vez, que esse evento é uma oficina de projetos para a mudança. As relações entre as diversas áreas geográficas tornam-se cada vez mais próximas, e organizam-se, para o futuro, muitos novos eventos: uma nova edição do Terra Madre Nordic Countries (pela primeira vez, o Salone contou com a presença da Groenlândia) e Terra Madre Brasil na Bahia; na América Latina, a partir de Cuba e Colômbia, está nascendo a rede Finca Slow que reúne explorações agrícolas agroecológicas. A numerosa delegação do Haiti e os produtores das novas Fortalezas do Iucatã levarão para casa novas ideias. No Azerbaijão foi lançado um projeto de turismo sustentável ligado ao alimento. A região austríaca da Caríntia, onde o Slow Travel vem trabalhando há dois anos, compartilhou com o público seus resultados mais do que positivos.
Muitos cozinheiros importantes, como Matteo Baronetto, chef do restaurante Del Cambio, de Turim, tomaram a palavra durante a coletiva de imprensa de encerramento, declarando o próprio compromisso para resgatar produtos locais, abastecendo-se de pequenos produtores locais, e visitando as escolas para educar as novas gerações para uma alimentação saudável. E serão os cozinheiros que darão início à campanha Food For Change do Slow Food: com seu papel midiático eles têm uma grande responsabilidade e podem fazer a diferença, conscientizando um grande público.
Fonte: Salone del Gusto