Para Pedro Hermeto, presidente da Abrasel no RJ, a criação de linhas de créditos específicas e flexibilidade na cobrança de impostos é necessária para que negócios sobrevivam a crise
O governo do Estado do Rio de Janeiro publicou um decreto no Diário oficial com uma série de recomendações e determinações para o combate ao coronavírus. Assinado pelo governador Wilson Witzel, o decreto reconhece situação de emergência na saúde pública do Rio em razão da pandemia.Transporte público, fica proibido por um período de 15 dias o uso de passe livre por estudantes. Além disso, ônibus, barcas, trens e metrô terão de reduzir o transporte de passageiros a 50% da capacidade de lotação.
O decreto recomenda ainda restrição de funcionamento de restaurantes, bares e lanchonetes a 30% da capacidade de lotação; fechamento de academias e centros de ginástica; fechamento de shopping centers e centros comerciais; restrição a frequentar praia, lagoa, rio e piscina pública; restrição a voos com origem em Estados e países com emergência decretada ou circulação de coronavírus confirmada; e restrição a atracação de cruzeiro com origem em estados e países com emergência decretada ou circulação de coronavírus confirmada.
A Abrasel no Rio de Janeiro, junto a ANR (Associação Nacional do Restaurantes) e SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro), enviou uma carta ao governador do estado com sugestões de medidas para que o colapso total do setor de alimentação fora do lar seja evitado. Para Pedro Hermeto, presidente da Abrasel no RJ, a criação de linhas de créditos específicas e flexibilidade na cobrança de impostos é necessária para que negócios sobrevivam a crise. "Estamos falando de um setor que vem sofrendo muito, há 3 anos, com a crise econômica nacional, que foi especialmente dura no Rio de Janeiro. Antes da pandemia de coronavírus, já estávamos operando com uma queda de 30% no nosso faturamento. Ou seja, as empresas estão sem fôlego, não há capital de giro.
Estamos acompanhando a situação de perto, temos consciência de que a saúde e a vida das pessoas sempre são e serão prioridades, mas trabalhamos para encontrar formas de manter as empresas e os trabalhos dos nossos colaboradores para que a vida possa continuar logo que passarmos por esta pandemia", diz.
Hermeto também ressalta que neste final de semana já foi apurado entre os bares e restaurantes associados da Abrasel uma redução de faturamento que variou entre 25% e 45%. "Nesses dois primeiros dias da semana, a queda foi de 45 a 60%. Para os próximos dias acreditamos que pode chegar aos 80%. Estamos buscando saídas para manter os empregos e a cadeia produtiva funcionando. São mais de 160 mil empregos diretos em nosso Estado, dados por mais de 15 mil empresas. Quase 80% delas são de pequeno porte, com sócios que tiram seu sustento mensal diretamente de seus negócios. Estamos em contato direto com o Governo do Estado e enviamos proposta de socorro ao setor, para que o baque não seja tão grande, pois sabemos que ele será inevitável. São sugestões como criação de linhas de créditos específicas e flexibilidade na cobrança de impostos", termina.
*Com informações do Estadão Conteúdo