Apesar de uma projeção de mais vagas para trabalhadores temporários este ano, as contratações estão atrasadas em relação ao ano passado. “Há uma expectativa melhor, mas ainda em compasso de espera”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. Segundo ela, as empresas pretendem fazer a maior parte das admissões a partir de novembro porque só no mês que vem se saberá quem será o próximo presidente. E esse é um dado importante nas projeções de vendas de Natal.
Neste ano, quase dois terços das vagas temporárias são para pessoas com 18 a 34 anos, de acordo com pesquisa feita pelo SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) com 1.168 empresas, entre o fim de agosto e a primeira semana de setembro. A idade média é de 28 anos. “O desemprego é maior entre os mais jovens e há oportunidade para eles resolverem esse problema, nem que seja por um curto período”, diz Marcela.
A pesquisa mostra também que 28% dos empresários pretendem efetivar ao menos um temporário. Não é alta, mas a chance de efetivação existe, ressalta a economista. A expectativa de aumento no número de vagas para o fim de ano é confirmada pela agência de empregos Luandre, uma das maiores do setor. De acordo com a agência, esse tipo de contratação deve crescer 30% este ano. Parte delas já ocorreu na indústria entre agosto e este mês, puxada pela produção de alimentos. Em seguida está o varejo, interessado em admitir a partir de novembro estoquistas, vendedores e operadores de caixa para atender no fim do ano.
Marcela, do SPC Brasil, observa que não só o total de vagas é um pouco maior neste ano, mas também a intenção dos empresários é mais positiva. No ano passado, quando foi feita a pesquisa, 82% dos entrevistados disseram que não tinham contratado e não pretendiam contratar. Agora essa marca recuou para 72%. Também a fatia daqueles que não tinham contratado temporários, mas planejavam admitir mais que dobrou no último ano: passou de 6% para 14%.
Previsão
Segundo projeções do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), deverão ser ofertadas, em todo o País, 59,2 mil vagas temporárias no setor de comércio e serviços neste fim de ano – mais do que as 51 mil vagas criadas em 2017. “O volume de temporários neste ano é a metade de um bom mês do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Há uma discreta melhora”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. As contratações de fim de ano também podem estar sendo influenciadas pela reforma trabalhista, que abriu novas possibilidades, como o trabalho intermitente.
Levantamento feito pela Associação Brasileira de Trabalho Temporário (Assertem), que pesquisa a intenção de contratações de outros setores, não só do comércio e serviços, confirma o aumento nas vagas temporárias neste ano. Até dezembro serão abertos 434.424 postos de trabalho, um número 10% maior na comparação com 2017. O cenário nacional relacionado às contratações de fim de ano também é observado entre os empresários do Vale do Rio Pardo. Entretanto, apesar da cautela diante do comportamento do mercado em função do cenário político, as contratações movimentam algumas das principais empresas dos segmentos de comércio e serviços. As indústrias que produzem artigos ligados ao lazer e presentes, porém, já contrataram boa parte da mão de obra.
Fonte: GAZ