Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, já fala em alta de 5% no faturamento do segundo semestre deste ano
Bares e restaurantes comemoram os resultados do fim dos limites de horário em São Paulo, que foram removidos na última terça (17), e dizem que o próximo passo é trabalhar para pagar as dívidas acumuladas na pandemia. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, já fala em alta de 5% no faturamento do segundo semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, antes da crise. "O consumidor está gastando mais do que no passado. Ele ficou tanto tempo sem sair que agora pede uma entrada, uma sobremesa", diz.
O setor estima que os bares serão os mais beneficiados na nova etapa de relaxamento. Ainda antes do fim de semana, o movimento do bar O Pasquim, em São Paulo, chegou perto do patamar pré-pandemia nos dias seguintes à liberação, segundo Humberto Munhoz, dono do estabelecimento.
O faturamento da casa mais que dobrou nos três primeiros dias, em relação ao mesmo período do mês passado, segundo Munhoz. Nas previsões do empresário, porém, o negócio só voltará ao normal quando os clientes puderem dançar e tirar a máscara.
Herbert Steiner, sócio do Bar do Alemão, rede especializada em bife à parmegiana, diz que o movimento já é equivalente ao pré-pandemia, e o delivery em suas casas segue mais forte do que antes do fechamento.
Edrey Momo, da pizzaria 1900 e da Tasca da Esquina, diz que o fim dos limites de horários causou um efeito curioso: mais clientes e menos reservas. Isso aconteceu porque o cliente está mais relaxado, sem precisar se preocupar se terá tempo de jantar, diz.
Momo diz que agora é hora de correr atrás de um grande prejuízo. Segundo o empresário, um mês parado leva de quatro a cinco meses para ser revertido. "Se a variante delta não atrapalhar e tivermos estabilidade, a gente se equaciona", afirma.
Paulo Antunes, diretor para o Brasil da Fogo de Chão, diz que o movimento volta com mais força nos finais de semana, quando as churrascarias recebem as famílias. De segunda a sexta, o home office, a redução dos almoços de negócios e a falta de feiras corporativas ainda seguram a recuperação, afirma.
Fonte: Folha de S.Paulo