Paulo Solmucci conta que o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, tem ouvido o setor e que o deputado Efraim Filho vai sugerir no Congresso a antecipação da MP
A Abrasel ainda conversa com o governo para que a MP Trabalhista passe a valer para a folha de salários de março. Paulo Solmucci, presidente da entidade, conta que grande parte das empresas está sem caixa após os quase 20 dias sem faturamento. Ele explica que sem a ajuda do governo, que valerá para a próxima folha de pagamentos, as demissões vão acelerar a partir da próxima semana. Outro fator que atrapalha é a falta de um horizonte para a reabertura do setor em muitos estados. Pelas contas dele, abril pode terminar com um milhão de demissões nos bares e restaurantes, ou um terço dos empregados formais do setor. Somando os informais, são seis milhões de trabalhadores no segmento.
Solmucci conta que o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, tem ouvido o setor e que o deputado Efraim Filho vai sugerir no Congresso a antecipação da MP. O presidente da Abrasel elogia a regra que permite a suspensão dos contratos de trabalho e o corte de salários, com uma compensação do governo ao trabalhador.
– O problema é que até a segunda-feira os empresários terão que pagar os salários de março e não há dinheiro. Acho a MP potente, com gastos de R$ 51 bilhões. Não precisa ser mais que isso. O importante é que ela comece a valer para a folha de março. Vai evitar muita demissão – diz Solmucci.
Cerca de 40% dos trabalhadores têm menos de 30 anos. A argumentação no setor é que o emprego em bares e restaurantes afasta muitos jovens da criminalidade.
Solmucci diz que 150 mil empregados já foram demitidos até aqui. Ele defende que parte desse grupo no aviso prévio pode ser reintegrado caso o governo antecipe a validade da MP e estipule um calendário para a volta do comércio. Sem isso, no entanto, a semana que vem já pode terminar com 350 mil demitidos.
Fonte: O Globo