Atualmente, em alguns momentos, segmento supera o da construção civil em reposição de vagas, segundo a Abrasel
O primeiro quadrimestre de 2019 deu ao setor de bares e restaurantes do Distrito Federal uma projeção de otimismo. Após quatro anos de instabilidade, o segmento registrou saldo positivo de 2,5 mil contratações. Representantes da classe produtiva mostram-se animados e projetam que a recuperação econômica dos estabelecimentos alimentícios continuará até dezembro, sendo possível um aumento no número de postos de emprego ainda mais expressivo.
“Nas nossas contas, o setor já empregou 4,9 mil pessoas e demitiu 2,4 mil desde o início do ano. Estamos surpresos, pois todo início de ano em Brasília costuma ser negativo, visto que o movimento na cidade não é tão alto. O resultado é um grande incentivo, pois como já passamos por carnaval e semana santa, 2019 ainda está começando para os bares e restaurantes. Portanto, a tendência é de mais crescimento”, analisa o presidente da Abrasel no Distrito Federal, Rodrigo Freire.
Graças aos números atingidos até aqui, segundo Freire, hoje o segmento é um dos que mais contrata em Brasília e está no mesmo patamar que a construção civil. “No início da década, o setor de bares e restaurantes não chegava nem perto. Aos poucos, no entanto, o cenário se inverteu. Agora, em determinadas épocas do ano, conseguimos colocar no mercado quase 75% a mais do que a construção civil”, afirmou.
Gerentes e proprietários de estabelecimentos explicam que a renovação no quadro de funcionários se deve principalmente à demanda de trabalho nos horários de maior fluxo de consumidores. Para eles, as mudanças da reforma trabalhista, que permitiram a instauração de contratos intermitentes, foram um grande benefício. Dono de um bar na 307 Sul, por exemplo, Beto Anhenvini iniciou processo de seleção para contratar copeiro e cozinheiro que façam o turno da noite. “Apesar de funcionarmos também pela manhã, a demanda do noturno é incomparável. Nos fins de semana, em especial, o trabalho é constante. Por isso, tentamos sempre manter o número de funcionários em equilíbrio para não fechar as portas”, explicou.
Anhenvini diz que as vagas abertas recentemente não visam aumentar o quadro de empregados do estabelecimento, mas sim, recompor os espaços deixados por funcionários que foram desligados do bar. “Muitas pessoas acabam desistindo do emprego por não terem condições de voltar para casa em segurança, devido à falta de transporte. Dessa forma, a rotatividade é grande. As contratações continuarão acontecendo, pois não podemos sobrecarregar os outros funcionários”, acrescenta.
Qualificação
Rogério Mazer é proprietário de dois restaurantes no Plano Piloto e de 2018 para cá, teve de aumentar em 20% a quantidade de funcionários. “Consegui ampliar alguns departamentos e tive de investir em pessoas capacitadas para oferecer um serviço de qualidade. Temos de fazer o dever de casa e dar a melhor estrutura possível à clientela”, afirma. No último fim de semana, ele abriu vaga para a contratação de um novo auxiliar de cozinha. Desde que anunciou a oportunidade, mais de 400 pessoas já enviaram currículo.
Fonte: Correio Braziliense