Entre os alunos do curso de formação básica de cozinha à la carte e gourmet na Academia Abrasel/Inspirar Gourmet haviam haitianos, venezuelanos e cubanos
Em ação desde julho do ano passado, a Academia Abrasel/Inspirar Gourmet formou nesta semana mais uma turma de profissionais para trabalhar nas cozinhas de bares e restaurantes de Curitiba. Dessa vez, no entanto, foi um pouco diferente. Esta foi a primeira turma só de imigrantes do curso.
Durante quinze dias, a turma formada por imigrantes da Venezuela, de Cuba e do Haiti recebeu formação básica de cozinha à la carte e gourmet. Os estudantes foram selecionados e indicados pela Agência da ONU para as Migrações (OIM).
O projeto Academia Abrasel/Inspirar Gourmet é uma parceria entre a Abrasel no Paraná, Faculdade Inspirar, Fomento Paraná, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e iniciativa privada. Até o momento, o curso já formou cerca de duzentas pessoas. A turma apenas de imigrantes é a 12 ª. Nas edições anteriores, foram contempladas pessoas em situações de vulnerabilidade social.
O currículo do curso contempla, entre outras coisas, conhecimentos sobre boas práticas na cozinha, pratos doces e salgados, molhos e temperos. Aos participantes, são fornecidos uniforme, vale-transporte e todos os insumos necessários à preparação de entradas, pratos principais e sobremesas variadas.
Eles saem capacitados para trabalhar em cozinhas de bares e restaurantes. E, graças à articulação da Abrasel-PR, com emprego fixo já garantido em um dos cerca de quinhentos estabelecimentos presentes na capital paranaense.
“Os bares e restaurantes têm uma demanda muito grande por mão de obra qualificada. Eles estão contratando o tempo todo. Por sua vez, muitas pessoas chegam ao Brasil sem condições financeiras e precisando trabalhar, mas totalmente desqualificadas. Unimos uma necessidade à outra, podendo, através do curso de cozinha, proporcionar inclusão e melhores condições de vida a alguns destes migrantes”, diz o diretor geral da Abrasel-PR, Luciano Bartolomeu.
A aluna Rosa Sucre, de 42 anos, veio da Venezuela para o Brasil há três meses, na companhia da mãe, da irmã, de um sobrinho e de dois filhos, de 14 e 10 anos de idade. Ainda com um pouco de dificuldade para se expressar em português, ela diz que está muito feliz por ter tido a chance de participar do curso e espera que outras pessoas tenham a mesma oportunidade. “Agora, me sinto preparada para ingressar como funcionária de um restaurante e tenho a oportunidade de uma vida melhor”, declara.
A expectativa é de que novas turmas sejam abertas a partir do próximo mês de julho. Mas essa continuidade ainda está na dependência de novas parcerias com a iniciativa privada. Futuramente, segundo Luciano, a intenção também é levar o curso para outras cidades brasileiras.
Fonte: Gazeta do Povo